Storytelling de Marca
O que é e como aplicar no seu negócio
Storytelling de Marca | Você, que possui sua marca já “pronta” no mercado, e deseja criar uma relação mais íntima e recompensadora com seu cliente, considere aderir a prática do brand storytelling. Caso já acompanhe nosso blog, saberá o que é um branding, mas caso contrário, sugiro a leitura desse artigo.
Firmando o que é um branding, agora iremos apresentar o que é um brand storytelling, ou storytelling de marca (narrativa de marca).
O que é Narrativa de Marca?
Em termos simples, Brand storytelling é a criação de narrativas em torno da história da marca e da sua identidade. Utiliza princípios e técnicas da contação de histórias para se conectar emocionalmente com os consumidores.
Por exemplo: ao invés de manter uma postura impessoal e distante com a clientela, sugerindo que possui uma empresa que surgiu a partir do nada e agora está aí para suprir suas necessidades, é possível fazer o seu consumidor possuir uma identificação com a companhia de maneira íntima e direta.
A história da marca é um dos pilares do branding. É feita de tudo o que ela é, tudo o que faz e por que existe. Ela engloba todas as definições da construção da marca, como a personalidade, o propósito, os valores, a cultura, a missão e a visão.
Assim que determinar sua ambição e visão para com a marca, considere contar a história de como ela surgiu tomando como base os conceitos que atualmente ela usa e propaga. Seja de maneira realista e “floreada” ou de maneira completamente irreal e absurda (depende do seu objetivo com a empresa).
Confira aqui alguns exemplos de marcas que possuem um bom Storytelling:
Todas essas marcas adaptaram seu Brand Storytelling para se adequarem ao seu propósito e objetivo. Cada uma delas consegue criar uma identidade icônica para si, que as diferenciam de seus concorrentes.
E por que isso é importante?
Por que fazer uma Narrativa de Marca?
Primeiramente, uma coisa que se deve saber: seres humanos são seres emotivos e não são 100% racionais. E, para se vender um produto, deve-se mirar tanto na razão quanto na emoção de seu cliente.
Pelo lado racional, você oferecerá a qualidade de seu produto, seu custo-benefício, sua praticidade e etc. Mas para realmente cativar e fidelizar seu cliente, apenas a razão não basta: você deve fazer com que ele se identifique com o produto que está vendendo.
Tome como exemplo os times de futebol A e B, patrocinados respectivamente pelas empresas 1 e 2. Se você torce para o time A, você terá tendência maior a comprar produtos da empresa 1, e vice-versa.
No caso, a emoção vende seu produto, e é totalmente necessário que você faça uma história narrativamente compatível com seu projeto.
A narrativa de uma marca é seu cerne, aquilo que associarão ao seu produto quando ele estiver no mercado.
Em suma, as pessoas anseiam por histórias, elas as desejam. Muitas delas nem mesmo sabem disso, mas a vontade de ouvir e ser compreendido, se identificar, é algo inato à nossa espécie.
Caso conheça a história da humanidade, com certeza você já ouviu falar do Épico de Gilgamesh, o primeiro texto narrativo escrito feito pela humanidade.
A partir daí, as pessoas perceberam o quanto histórias e narrativas vendem. Afinal, como se iria desafiar ou desobedecer “Àquele que observou o abismo do conhecimento e conquistou todos os tesouros do mundo”? Desde o início, sempre vendemos… vendemos ideias, cultura, produtos.
Olhe para o produto que deseja vender e pense: o que o torna humano? O que fez ele chegar aqui? O que faz com que a pessoa se engaje e tenha paixão por ele?
O carisma é um diferencial, não só em pessoas, mas também em companhias, aglomerações, grupos.
O que melhora na sua empresa após um bom trabalho de brand storytelling:
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- Aumenta a atratividade da marca;
- Gera mais engajamento com a marca;
- Gera emoção e conexão com os consumidores;
- Humaniza a marca;
- Divulga o ideal de sua marca.
Além do mais, contar sua trajetória de maneira não somente idealizada, mas também mostrando os erros e empecilhos que teve pelo caminho, ajudaria a aproximar sua marca do público, fazendo-os pensar: “eles erraram assim como errei”. Isso é denominado efeito Pratfall, e é uma maneira de aproximar seu brand ao consumidor, tanto como para inspirá-lo a fazer o mesmo, gerando empatia.
Como estruturar uma boa narrativa?
Com certeza você já viu um filme, leu um livro, ou assistiu uma série que te emocionou. Isso é um preceito básico narrativo: passar emoção. Mas você sabe como criar uma boa narrativa? Quais pontos você deve organizar, e até mesmo encaixar em uma boa história? Veja aqui como criar uma boa narrativa em geral.
Isso não serve apenas para criar o brand de sua empresa, também serve para escrever histórias, contar causos, fazer palestras… narrativa é um dos pilares da comunicação, e saber dominá-la, é saber se comunicar. Então vamos lá aprender umas técnicas narrativas:
- A ideia em si: Primeiro, o mais importante a se fazer, é saber qual a ideia da marca, qual seu produto-chave, quais são as pessoas que fazem com que ela sobreviva.
- Objetivo: O que a marca mais quer? Gerar entretenimento? Melhorar a qualidade de vida das pessoas? Estimular uma alimentação balanceada? Fins altruístas geram interesse, mas não se esqueça que o público possui senso crítico: eles sabem que o principal objetivo de uma marca é vender, mas nada impede que exista sim uma narrativa moral ou ideológica por trás. Apresente com sinceridade a “visão” de sua empresa para com o mundo, e principalmente, para com o mercado.
- Ambientação: Onde sua marca atua? Não somente em quesito geográfico, mas em quesito interpessoal, histórico, cultural. Sua marca tem raízes em alguma cultura? Seus padrões estéticos se relacionam a algum gênero artístico? Se sim, quais? Mostre suas inspirações, em que se baseou para fazer o que faz.
- Personagens: Quem foram as pessoas que fizeram com que a marca acontecesse? Quem botou a mão na massa? Quem foi que apoiou sua criação? Quem foi que surgiu com a ideia e a inspiração para montá-la? Não se esqueça de dar créditos a todo mundo que lhe apoiou durante seu percurso. Atualmente, ninguém acreditaria se você dissesse que fez tudo sozinho, seja honesto!
- Percurso/Empecilhos: Nessa etapa, detalhe o como você chegou aonde está, o que teve que enfrentar para estar no seu lugar do mercado, tudo que teve que superar para estar na posição que lhe pertence. Use e abuse das técnicas narrativas da Jornada do Herói, proposta por Campbell.
- Desfecho: Como criar um desfecho de algo que ainda está seguindo? Simples: não crie! diga como a sua jornada vai continuar, mostre o que sua marca quer alcançar, sempre inove! Mas utilize de propostas alcançáveis, para não correr o risco de virar chacota.
Simulação de estratégia de Storytelling
Nesse artigo, vamos criar uma marca. A primeira coisa a se fazer é pensar: o que quero vender? Qual o meu produto chave? O que quero passar para meus clientes? Isso é criar sua marca, seu brand.
Vamos supor que você seja um jovem desempregado de 19 anos, sem curso superior e que gosta de jogos de videogame. Uma herança relativamente grande de um parente distante cai em seu colo e você decide multiplicar esse dinheiro inicial.
Que tal criar uma produtora de jogos de videogame nacionais? Seria um nicho no mercado ainda pouco explorado no país.
Considere que ignoraremos boa parte dos trâmites e dificuldades legais para se abrir uma empresa para fins didáticos.
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- A ideia em si: vamos pensar primeiro em que a marca quer passar, qual seu símbolo? Que tipo de jogos ela vai promover? Como é uma empresa brasileira, e o mercado de jogos não é muito convencional, faremos uma empresa que promova jogos indie (independentes). Todo o visual e temática da empresa podem seguir nessa proporção.
- Sugestão de nome: É uma empresa brasileira, então seria bom incorporar algo de nossa cultura para fins de propaganda, também temos que pensar no mercado externo, então é sugerível um nome em inglês. E também tem que dar a ideia de uma empresa que ajuda aqueles que estão começando. Um nome interessante seria Project C: Wildfire. O que isso significa? O nome project serve para criar a relação entre a nossa companhia e os criadores de conteúdos independentes. A letra C seria um código para a lenda do Curupira, que passaria uma mensagem reconhecível do Brasil e seria atrelada à uma conscientização ambiental (um dos temas chaves da marca) além do fato do Curupira ser um protetor do meio ambiente, ele também é protetor das criaturas menores e fracas, algo que a marca quer passar para os colaboradores. Wildfire é uma expressão anglo-saxã que significa fogo na mata. Fogo é o elemento do Curupira, e mata é onde ele vive e onde ele realiza sua proteção, além do mais, essa expressão significa algo que se espalha com facilidade incontrolavelmente a partir de um pequeno ponto (perfeito para representar a expansão de mercado dos jogos indie).
- Sugestão de logomarca: Um símbolo simples que simbolize o amor pela criação de jogos, podemos usar o nome da empresa em uma fonte que lembre a liberdade de criar independentemente com a cor prateada (representando tecnologia); as bordas podem ser verde-folha, para relembrar a ligação com nosso país e à proteção florestal. Ao redor, podemos colocar ranhuras e detalhes em vermelho-fogo, como se fosse o cabelo do curupira ao redor da logo. E temos aí uma imagem icônica que representa tudo que a marca quer.
- A ideia em si: vamos pensar primeiro em que a marca quer passar, qual seu símbolo? Que tipo de jogos ela vai promover? Como é uma empresa brasileira, e o mercado de jogos não é muito convencional, faremos uma empresa que promova jogos indie (independentes). Todo o visual e temática da empresa podem seguir nessa proporção.
- Objetivo: O que a marca quer é simples: estimular o mercado de jogos independentes nacionais e competir com empresas grandes no mercado internacional, colocando o Brasil como um dos principais competidores desse mercado. Não será tarefa fácil, mas pelo menos temos uma das maiores populações mundiais que jogam por lazer e/ou profissionalmente e segundo a Global Games Market Report 2015, é o 11° país no mundo que mais consome produtos de videogame, sendo o 1° na América Latina.
- Ambientação: Obviamente que a marca se baseia no Brasil, e tem uma preferência por jogos que são produzidos aqui, mas também poderá se tornar um centro produtor de jogos da América Latina como um todo, visto que há pouco investimento nessa área. E é mais óbvio que a temática latina (principalmente brasileira) deve ser retratada em boa parte dos carros-chefe de nossa companhia, a fim de gerar engajamento e identificação, apesar de não ser obrigatório que um jogo precise ter essa temática para ser promovido pela Project C: Wildfire.
- Personagens: Essa é a parte mais prática e delicada do projeto, transformar sua imagem e definir sua trajetória como alguém que batalha pelo mundo do entretenimento e que luta em favor de causas ambientais. Além do mais, deve-se fazer esse trabalho com cada colaborador do projeto, desde pessoas que trabalham diretamente na Project C: Wildfire, desde os criadores que trabalham divulgando seus jogos na net, e os criadores dos jogos independentes.
- Percurso/Empecilhos: Não tenha medo nem vergonha de admitir a insalubridade do mercado nacional, as dificuldades que passa construindo sua marca, e o descrédito que sofrerá diversas vezes, sempre seja positivo e honesto quando vier a público e sempre ressalte quantas dificuldades sua marca passou para chegar onde está.
- Desfecho: Elabore metas e trace caminhos. Quais são seus próximos objetivos? Criar filiais no mundo inteiro? Ganhar o Game Awards? Investir em consoles? Sempre esteja atento ao mercado e nunca prometa o que não pode cumprir.