História do Ceará Sporting Club

História do Ceará Sporting Club

História do Ceará Sporting Club – Entre o século XIX e o início do século XX, o Império Britânico era uma potência mundial. Seja como força política, militar ou cultural era basicamente impossível não sofrer alguma influência dos ingleses em qualquer ponto do globo.

Em 1920, o Império Britânico dominava diretamente 458 milhões de pessoas (um quarto da população na época), abrangendo cerca de 24% dos territórios do planeta. A frase repetida popularmente pelos ingleses da época dizia que “o sol nunca se põe no Império Britânico”, por sua extensão territorial ao redor do globo.

Nesse contexto a língua inglesa foi tratada como língua universal, histórias folclóricas e tradicionais da Grã-Bretanha se tornaram famosas ao redor do mundo e vários outros pontos da cultura britânica foram sendo assimilados pela população mundial.

Dentre todos esses elementos culturais britânicos, um talvez seja o que mais se consolidou, se transformando em uma verdadeira febre global. Tão universal que já nem remete tanto à sua terra natal, o futebol criou raízes em todos os continentes e é um dos mais fortes legados do período de domínio inglês.

O esporte bretão começou em diversas localidades por influência direta de ingleses, que iam trabalhar em ferrovias ou navios ao redor do mundo e acabavam por ensinar seu passatempo à população local. Foi assim que o futebol chegou em Fortaleza, capital do estado do Ceará, por exemplo.

Nos primeiros anos do século XX, algumas empresas britânicas começaram a realizar atividades portuárias e a instalar empresas no Ceará. O contexto de ocupação inglesa se somou a um jovem cearense que voltava de seus estudos na Suíça com uma bola de futebol para instaurar o esporte na região.

Logo o jogo de bola se popularizou e a juventude de Fortaleza começou a se juntar para praticar o esporte. Nesse cenário os clubes começaram a ser fundados. Dentre esses clubes estava o Ceará Sporting Club, o mais popular do estado até hoje!

  • História do Ceará Sporting Club: Fundação

O Ceará Sporting Club nasceu da reunião de um grupo de cerca de 20 jovens em Fortaleza, no dia 2 de junho de 1914. Porém, o clube não nasceu com o nome, muito menos com as cores pelas quais é conhecido atualmente.

Na primeira reunião fundadora, os jovens decidiram batizar o novo clube de Rio Branco Football Club. O Rio Branco usaria camisas roxas. A escolha inusitada para a cor da camisa do time foi um dos fatores que motivou uma nova reunião, um ano depois. Nessa reunião, foi decidido que o clube passaria a usar uma camisa alvinegra, devido a dificuldade em encontrar tecidos na cor roxa. Com isso, o nome do clube também mudou e foi aí que o Rio Branco Football Club se tornou o Ceará Sporting Club.

  • História do Ceará Sporting Club: Escudos
    História do Ceará Sporting Club

O Ceará teve cinco variações de escudo ao longo de sua história. O primeiro foi o símbolo do Rio Branco Football Club, de 1914. Era um brasão com as iniciais do clube e o nome escrito por extenso. O fundo do brasão era dividido entre as cores branca e roxa.

Depois de alterado o nome, o Ceará passou a ter um escudo em preto e branco, listrado verticalmente com uma faixa sobreposta na diagonal com as letras iniciais C.S.C. grafadas. Essa versão foi usada entre 1915 a 1954.

De 1955 a 1959 surgiu um canto em branco na parte superior esquerda do brasão, onde uma bola de futebol foi inserida. Na faixa sobreposta na diagonal as iniciais do clube deram lugar ao nome “Ceará” escrito em letras maiúsculas. Em 1960, o Ceará utilizou um brasão similar, mas com o retorno das iniciais na faixa.

De 1970 a 2003, o nome “Ceará” voltou para a faixa e a bola no canto superior esquerdo foi retirada. Em 2003 foi feita a última alteração no símbolo. As faixas em preto ficaram mais espessas, apenas duas faixas brancas permaneceram e bem mais finas. Onde estava a bola nos brasões das décadas de 50 e 60 foram inseridas cinco estrelas, que representam o pentacampeonato cearense conquistado entre 1915 e 1919.

História do Ceará Sporting Club: O mascote

O mascote do Ceará é um dos mais conhecidos, carismáticos e inusitados entre os clubes brasileiros. O “Vovô” ou “Vozão” é como o clube é conhecido e carinhosamente chamado por sua torcida. Trata-se mesmo de um idoso, com barba e cabelos brancos e a camisa do Ceará!

Existe uma corrente que acredita que o apelido de vovô vem do fato do Ceará Sporting Club ser o clube mais antigo do estado, mas essa não é a única versão que explica o mascote.

A versão mais aceita relembra a figura de Meton de Alencar Pinto, presidente do Ceará na década de 1920. Na época, o América Football Club, clube de Fortaleza treinava no campo do Ceará. Diziam que durante os treinos, Meton ia em direção aos jogadores e os chamava de “netinhos” e brincava que eles tinham de aprender a jogar direito para vencer o Fortaleza, maior rival do alvinegro.

Essa brincadeira do presidente Meton de Alencar Pinto se tornou folclórica e acabou rendendo ao Ceará o apelido de vovô.

História do Ceará Sporting Club: Rivalidades

O grande clássico da cidade de Fortaleza é quando se encontram Ceará e Fortaleza. Fundado em 1918, o Fortaleza sempre mediu forças com o vozão pelo domínio do estado.

O embate entre o clube que carrega o nome do estado contra o que carrega o nome da capital é conhecido como Clássico-rei. O primeiro clássico foi disputado em dezembro de 2018 e vencido pelo Ceará por 2 a 0. O Fortaleza só conseguiu vencer o Ceará pela primeira vez depois de quatro anos de existência, em 1922.

O Clássico-rei já foi a final do Campeonato Cearense em 32 oportunidades, cada uma das equipes venceu 16 vezes!

Além das duas equipes componentes do Clássico-rei, Fortaleza também tem o Ferroviário Atlético Clube. O duelo entre Ceará e Ferroviário é conhecido como clássico da paz, porque as duas torcidas tem uma relação de amizade.

  • História do Ceará Sporting Club: Torcida

O Ceará está, sem dúvidas, no hall das maiores e mais importantes torcidas do futebol nordestinos. Com cerca de 1,8 milhão de torcedores, o Ceará é dono da maior torcida no estado e na cidade.

Torcida Organizada Cearamor, Movimento Organizado Força Independente (MOFI), Torcida Ceará Chope, Cangaceiros Alvinegros, Setor Alvinegro, Torcida Fúria Jovem do Ceará e Cearacoiba. são as principais torcidas organizadas que fazem a festa durante as partidas do alvinegro.

A torcida do Ceará é conhecida por suas boas médias de público, tendo como seu auge nesse aspecto o ano de 2010. A média de público da torcida do vozão nesse ano foi de 23.467 pagantes por jogo, sendo essa a segunda melhor média geral do Brasil em 2010.

  • História do Ceará Sporting Club: Estádio

O estádio de propriedade do Ceará é o Carlos de Alencar Pinto, conhecido popularmente como Vozão. O Vozão tem capacidade para cinco mil pessoas e foi construído em 1968. Apesar de ser o proprietário, o Ceará quase nunca manda partidas nesse ambiente, por ser demasiado pequeno para sua torcida.

O estádio municipal Presidente Vargas e o estadual Castelão são onde o Vozão manda a maioria de suas partidas.

O Presidente Vargas, mais conhecido como  PV, foi construído em 1941 e tem capacidade para 20 268 pessoas. Entre 2008 e 2011 o PV ficou fechado para reforma. O maior público do Ceará no Presidente Vargas pós-reforma foi de 19.666 torcedores em uma partida contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro de 2011.

O Castelão é o maior estádio de Fortaleza, com capacidade para 63.903, o nome oficial do estádio é Governador Plácido Castelo, que dá origem ao apelido.

Inaugurado em 1973, o Castelão passou por diversas reformas, a última delas em 2012 como preparação para a Copa do Mundo FIFA 2014. O estádio recebeu seis partidas do mundial, sendo sede de dois jogos da Seleção Brasileira, o empate em 0 a 0 com o México pela fase de grupos e a vitória por 2 a 1 contra a Colômbia nas quartas de final.

O maior público do Ceará no Castelão aconteceu em 2015, na final da Copa do Nordeste entre Ceará e Bahia. 63.399 torcedores apoiaram o Vovô que se consagrou campeão daquela edição do torneio.

História do Ceará Sporting Club: Conquistas

O Ceará é o maior campeão estadual. Com 45 conquistas, tem quatro troféus a mais que o arquirrival Fortaleza. A maior sequência de títulos foi conquistada entre 1915 e 1919, quando o alvinegro foi pentacampeão estadual. Entre 1963 e 1971 o Ceará não conquistou o Campeonato Cearense, foi o período mais longo de seca de títulos da história do clube.

Além do Campeonato Cearense, o Ceará venceu o Torneio Início do Ceará 12 vezes e venceu uma Copa dos Campeões Cearenses.

Em 1969 o Ceará se consagrou campeão do Torneio Norte-Nordeste.

Em 2015 o Ceará conquistou sua primeira e única Copa do Nordeste.

  • Grandes ídolos

Em sua história centenária, grandes nomes vestiram a camisa do Vozão. Veja a lista de alguns dos maiores ídolos do Ceará:

– Gildo

– Milotônio

– Magno Alves

– Iarley

– Walter Barroso

– França

– Pintado

– Arlindo Maracanã

 

História do Sport

História do Sport Club do Recife

História do Sport Club do Recife | Recife é, sem dúvidas, uma das cidades mais apaixonadas por futebol do Brasil. A capital pernambucana respira o esporte bretão e é sede de três grandes clubes e casa de torcedores fervorosos e folclóricos.

A cidade dos mangues tem três estádios que dividem os corações dos recifenses. Divididos em apenas três cores (preto, branco e vermelho), os recifenses fazem de Sport (rubro-negro), Náutico (alvirrubro) e Santa Cruz (tricolor, branco, preto e vermelho) o motivo para prolongar o carnaval o ano todo.

Os três rivais da capital são grandes clubes no cenário nacional, forças inegáveis no cenário nordestino e potências absolutas no certame estadual. Dos 104 Campeonatos Pernambucanos já disputados, os três grandes da capital venceram em 92 oportunidades. Ou seja, em 88,4% das vezes algum dos três levantou a taça.

Entre as potências, no entanto, existe um verdadeiro papa-caneco. O Sport Club de Recife venceu o Campeonato Pernambucano 41 vezes, mais que de seus rivais Santa Cruz (29) e Náutico (22).

História do Sport: Fundação

O Sport foi o primeiro clube de futebol do Recife. Fundado em 1905 pelo pernambucano cosmopolita Guilherme de Aquino Fonseca, que havia estudado na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Da terra da rainha ele trouxe o futebol para Recife.

As cores do time sempre foram as mesmas desde sua fundação, mas outros elementos foram se alterando ao longo do tempo e se consolidando no imaginário do torcedor brasileiro e no coração do torcedor rubro-negro como sinônimos do Sport.

História do Sport: O Leão da Ilha

O principal símbolo de identificação do Sport é sua mascote, o Leão. A história por trás da mascote é curiosa. Até 1919 leão e Sport nada tinham a ver. Foi quando o então presidente rubro-negro Arnaldo Loyo promoveu uma excursão do time pernambucano até Belém do Pará, terra dos gigantes Remo e Paysandu.

Várias partidas foram marcadas durante a excursão, mas uma em especial valeria um troféu em bronze. Tratava-se do embate entre Sport e um combinado dos melhores jogadores dos rivais paraenses. O time do Sport conseguiu vencer os craques de Remo e Paysandu e levou o prêmio para Recife. No bronze estava gravada uma imagem de um arqueiro grego e um leão em posição de ataque.

O triunfo na batalha em Belém motivou a mudança no escudo do clube, antes extremamente ornamentado e de difícil reprodução. Foi então que o clube contratou um artista para desenhar o novo emblema, como conhecemos até hoje.

O Sport é reconhecido nacionalmente como o Leão da Ilha. O adendo à mascote se deve ao estádio do clube, a Ilha do Retiro, motivo de orgulho para os rubro-negros de Recife.

História do Sport: Ilha do Retiro

A Ilha do Retiro é um dos estádios mais antigos ainda em atividade no país. Sua inauguração aconteceu em 4 de julho de 1937, com uma incrível vitória do Sport sobre o Santa Cruz por 6 a 5.

Claro que, desde sua fundação, a Ilha do Retiro passou por várias reformas. A primeira delas foi para receber a Copa do Mundo de 1950, a primeira sediada pelo Brasil. No grande evento global, a Ilha abrigou as seleções de Chile e Estados Unidos. Os chilenos venceram por 5 a 2 naquela que seria a única partida disputada no estádio na Copa de 50.

O maior público da história da história da Ilha do Retiro foi em junho de 1998, quando 56.875 pessoas acompanharam o Sport ser campeão pernambucano após bater o Porto por 2 a 0.

Hoje a Ilha do Retiro tem capacidade para 30 mil torcedores, tornando o recorde de 1998 intransponível nas atuais condições.

Torcida do Sport Club do Recife

Estima-se que o Sport tenha cerca de três milhões de torcedores, o que faz dele o clube mais popular entre os pernambucanos.

Conhecida pela festa promovida na Ilha do Retiro, as principais torcidas organizadas que comandam a massa rubro-negra são a Torcida Jovem, a Gang da Ilha, a Brava Ilha, os Leões da Ilha, Sport Chopp, Treme-terra, dentre outras.

História do Sport: Conquistas

O Sport é o maior campeão pernambucano, com 41 conquistas. Além disso, já levantou três vezes a Copa do Nordeste, em 1994, 2000 e 2014, o que torna o clube o segundo maior campeão da competição, empatado em número de títulos com o Esporte Clube Bahia e atrás apenas do Esporte Clube Vitória, com quatro conquistas.

Em âmbito nacional, o Sport conquistou a Série B do Campeonato Brasileiro em 1990 e a Copa do Brasil em 2008.

A maior conquista da história do clube é o Brasileirão de 1987. Envolvido em uma grande polêmica, o título de 1987 é reconhecido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), mas divide opiniões pelo Brasil, já que naquele ano o campeonato foi dividido em dois módulos, sendo um com os times mais populares do país e outro com os times de menor porte. O módulo mais estrelado foi vencido pelo Flamengo, enquanto o outro pelo Sport. Uma decisão entre as duas equipes nunca ocorreu e a CBF declarou o Sport vencedor oficial, apesar da discordância (até hoje) dos rubro-negros cariocas. Em Recife não há dúvida, pergunte a um rubro-negro pernambucano quem foi o verdadeiro campeão de 1987..

Grandes ídolos do Sport Club do Recife

Em sua história centenária, o Sport teve grandes conquistas e façanhas. Essas ocasiões moldam os ídolos da torcida, confira a lista com alguns nomes imortais do Leão da Ilha:

– Almir Pernambuquinho

– Nelsinho Baptista

– Zinho

– Givanildo Oliveira

– Manga

– Dario (Dadá Maravilha)

– Marcelinho Paraíba

– Mirandinha

– Emerson Leão

– Ademir Menezes

– Jackson

– Juninho Pernambucano

– Magrão

– Leonardo

História do Flamengo

História do Flamengo

História do Flamengo | A história da humanidade tem várias subdivisões. A primeira delas é o que se chama vulgarmente de “pré-história”. Em suma, a pré-história é o período de atividade humana antes do início dos registros escritos.

A partir da primeira forma de registro escrito se compreende então a história. É claro que uma série de achados arqueológicos, objetos, ossos, desenhos e muitos outros podem conter informações significativas sobre a forma de vida de determinada sociedade em determinado contexto e época de existência, mas não se compara à importância que os registros escritos possuem para entender e contar a trajetória de uma população.

A riqueza de detalhes conhecida sobre civilizações como o Egito Antigo, a Grécia Antiga, os grandes impérios como o Mongol, Macedônico, Romano, dentre outros, se deve em boa parte ao fato de que essas populações, mesmo tendo existido há dezenas de milhares de anos, tiveram uma grande produção cultural.

As civilizações ricas em mitologia, símbolos, música, costumes e cultura de uma forma geral se tornaram extremamente reconhecidas e influenciaram as posteriores. Pense no que se conhece sobre a mitologia grega, por exemplo, e como a cultura cristã se espalhou pelo mundo a partir de sua oficialização pelo Império Romano.

Para estudar esse aspecto existem várias ciências e ramificações da história que buscam entender o contexto de cada época através de sua produção de símbolos. A simbologia entende que os símbolos são a forma de um grupo de pessoas se apropriar do mundo ao seu redor.

Uma das frases mais conhecidas no contexto da unificação da Itália, quando foi formado o Estado Moderno da Itália como conhecemos hoje, era “fizemos a Itália, agora precisamos fazer o italiano”. Ou seja, havia de se estabelecer e promover uma série de símbolos nacionais que fizessem dos habitantes daquele território italianos, pessoas com um sentimento de pertença e identidade em comum.

É bem assim, não basta criar uma instituição, seja de qualquer espécie ou objetivo e apenas assim instaurar uma comunidade integrada e que se reconheça participante de uma unidade, com valores, cultura e, claro, símbolos em comum.

Pense que você está no processo de criação de um país. A quantidade de carga simbólica a ser criada e atribuída a esse país é enorme e abrange todas as áreas. Há de se trabalhar em uma identidade visual, em uma bandeira, um brasão de armas, em cores oficiais. Há de se pensar em aspectos históricos, como o resgate de heróis e momentos de grandeza naquele território. Há de se criar, também, uma identidade sonora e é nesse sentido que entram os hinos.

História do Flamengo: Hino

Os hinos são uma forma de composição musical e escrita antiga, originalmente destinada a tratar sobre histórias épicas e grandes feitos de heróis reais ou mitológicos. Com o tempo, a estrutura do hino passou a ser usada como forma identitária e em muitos cantos religiosos.

Em sua dimensão de identidade, os hinos ganharam grande destaque a partir do século XIX, embora já existissem alguns hinos nacionais anteriores.

O contexto do século XIX era o florescimento do Romantismo. Esse movimento estético e artístico tinha como uma de suas principais características o fortalecimento das identidades nacionais, no cenário de formação dos Estados Nacionais Modernos.

A letra do Hino Nacional Brasileiro, por exemplo, foi composta em 1909, por Joaquim Osório Duque-Estrada, um poeta, diplomata e crítico literário brasileiro. Na poesia, não teve tanto destaque, mas sua obra bebia diretamente na fonte dos poetas do Romantismo e essa influência era clara tanto em seus poemas, como em sua criação mais famosa, o hino nacional de seu país.

A dimensão de símbolo de identidade atribuída ao hino não se limita aos países. Principalmente em países de grandes dimensões, grande população e uma imensa variedade de influências culturais, como é o caso do Brasil, é natural que as pessoas se movimentem e se organizem em instituições dentro da própria instituição do estado nacional e com símbolos e culturas tão fortes e agregadoras quanto as ideias que permeiam a identidade pátria.

A cultura de cada local se apresenta com suas instituições de forte caráter identitário e de pertencimento. No Brasil, poucas entidades tem um apelo emocional e agregador tão intenso quanto os clubes de futebol.

A paixão de um torcedor de futebol e o espaço que um clube ocupa em seu dia-a-dia, em sua formação identitária e cultural e no contexto social e nos grupos em que circula é gigantesco.

Nesse contexto, os grandes clubes brasileiros são como verdadeiros países. Possuem suas torcidas apaixonadas e fieis, comportam milhões de pessoas e possuem uma série de elementos simbólicos, como bandeiras, cores típicas, brasões…

Com um tamanho tão grande, era natural que os clubes de futebol passassem a criar símbolos cada vez mais similares às simbologias nacionais. É nesse contexto em que surgem os hinos dos clubes, extremamente tradicionais, entoados nos estádios e parte do imaginário popular de quem é apaixonado por futebol.

História do Flamengo: Hino

A “Nação Rubro-Negra”. É como é reconhecida a torcida do Flamengo, a maior do Brasil, com mais de 30 milhões de torcedores espalhados pelo país. Uma verdadeira nação, de fato, a torcida do Flamengo é maior que a população de países europeus como Bélgica, Grécia e Portugal somados!

Bom, é natural então que o Flamengo tivesse de ter seu próprio “hino nacional”. O primeiro hino do Flamengo foi composto em 1920, quando o clube tinha 25 anos de existência. O hino mais conhecido do Fla e cantado pela torcida nos estádios é o de 1945, composto por Lamartine Babo, que também foi responsável pela letra de outros clubes tradicionais do Rio de Janeiro, como o Vasco da Gama, Botafogo, Fluminense e América.

Um dos mais famosos e bonitos hinos do Brasil tem a letra assim escrita por Lamartine Babo:

Uma vez Flamengo,

Sempre Flamengo

Flamengo sempre eu ei de ser

É o meu maior prazer vê-lo brilhar

Seja na terra, seja no mar

Vencer, vencer, vencer

Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer

 

Na regata ele me mata,

Me maltrata, me arrebata

Que emoção no coração

Consagrado no gramado

Sempre amado, o mais cotado

Nos Fla-Flus é o “aí, Jesus”!

Eu teria um desgosto profundo

Se faltasse o Flamengo no mundo

 

Ele vibra, ele é fibra

Muita libra já pesou

Flamengo até morrer eu sou!

 

O hino apresenta uma série de elementos identitário da torcida do Flamengo à época de sua composição e que, de alguma forma, ainda são característicos da torcida rubro-negra, também por conta de estarem eternizados no hino muitas vezes entoado pela arquibancada.

Os trechos “Uma vez Flamengo/ Sempre Flamengo/ Flamengo sempre eu hei de ser” e “Flamengo até morrer eu sou!” trazem o forte elemento de fidelidade da torcida rubro-negra, que sempre lotou o Maracanã, gigante carioca que foi por muito tempo o maior do mundo.

Para ter ideia da importância da torcida na história flamenguista e para a história do Maraca, dos dez maiores públicos em partidas de clubes jogadas no estádio carioca, oito eram em jogos envolvendo o time da gávea.

Em “É o meu maior prazer vê-lo brilhar/ Seja na terra, seja no mar” e em “Na regata ele me mata, / Me maltrata, me arrebata/ Que emoção no coração”, Lamartine traz à tona as origens do clube. O nome do Flamengo é Clube de Regatas do Flamengo. Flamengo é o nome de um bairro no Rio de Janeiro. A atividade original do clube rubro-negro era a regata, esporte muito popular entre os cariocas no século XIX e XX, quando foi suplantado pelo futebol.

“Sempre amado, o mais cotado/ Nos Fla-Flus é o “aí, Jesus”!” é o trecho que mostra o tamanho e a importância da partida entre Flamengo e Fluminense. O embate é um dos clássicos que envolvem o Flamengo no Rio de Janeiro, já que o urubu também faz confrontos cheios de rivalidade com Botafogo e Vasco.

O Fla-flu, no entanto, tem um charme especial, e era um dos clássicos em alta na composição do hino. O uso na composição também revela uma grande admiração de Lamartine Babo pelo clássico entre rubro-negros e tricolores. No hino do Bangu, clube de bairro carioca com o mesmo nome, há um trecho escrito por Lamartine que também cita o clássico: “Em Bangu se o clube vence há na certa um feriado,/ Comércio fechado./ A torcida reunida até parece a do FlaFlu:/ Bangu, Bangu, Bangu!”

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Registro de Marca em Natal

Registro de Marca em Natal | Natal é uma cidade brasileira situada no estado do Rio Grande do Norte, do qual é a capital, localizada na região nordeste do Brasil. É uma das cidades mais tradicionais do Brasil muito lembrada pelas dunas características daquela região e foi fundada em 25 de dezembro de 1599. Natal possui esse nome devido, obviamente, à data na qual foi fundada. Possui ainda alguns apelidos como “A Cidade do Sol”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, a população de Natal é de 884 122 habitantes, sendo a cidade mais populosa do seu estado e a vigésima cidade mais populosa do Brasil. A região metropolitana de Natal, no entanto, é bem mais populosa e corresponde a mais de um milhão de habitantes, de modo que figura entre os quatro maiores aglomerações urbanas do nordeste e a décima mais populosa do Brasil.

De acordo com o PNUD, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão das Nações Unidas responsável pelo cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH de Natal é considerado alto. Para a entidade, os valores compreendidos entre 0,7 e 1 são altos, de modo que quanto mais próximo de 1, mais desenvolvida é a cidade. O IDH de Natal corresponde a um valor de 0,763.

 

História

Por ser uma cidade muito antiga no cenário da sociedade civilizada aos moldes europeus, Natal possui uma história muito rica e repleta de importantes acontecimentos. No entanto, era uma terra já povoada antes mesmo da chegada dos colonizadores portugueses. As tribos indígenas que habitaram essa região litorânea eram os tupis e os potiguaras.

Com a chegada dos portugueses, o primeiro período importante na região foi o que corresponde à criação das Capitanias Hereditárias e naquela região foi criada a Capitania de Rio Grande. A colonização foi difícil pois os portugueses encontraram uma resistência muito forte daqueles povos indígenas – que já haviam outras tribos para o interior do território brasileiro anteriormente. Além disso, a aparição de piratas franceses naquela região em anos seguintes também dificultou o crescimento da colônia portuguesa no local.

Sabe-se que a cidade fora fundada no dia 25 de dezembro, mas não se tem um registro exato de quem tenha feito o processo. Historiadores apontam diferentes nomes que possam ter se responsabilizado, mas são apenas teorias, nada realmente oficial.

O desenvolvimento de Natal é considerado bem lento durantes os seus primeiros séculos de existência e isso foi só mudar na primeira metade do século XX. Os anos vinte foram muito produtivos e Natal passou a destacar-se na aviação.

Dessa forma, durante o período da Segunda Guerra Mundial, Natal consolidou-se como uma importante base militar do território brasileiro muito devido a presença dos militares e de aliados naquela região. 

 

Economia

Natal é uma das cidades mais importantes do nordeste no que diz respeito à economia e é a mais importante do seu estado. Os números mostram: Natal, sozinha, concentra cerca de 40% da arrecadação de capital do Rio Grande do Norte. A principal fonte é proveniente do setor terciário da economia com variantes entre os segmentos de comércio varejista e atacadista. 

O turismo também é uma atividade de relevância em Natal, visto que recebe, anualmente, cerca de dois milhões de turistas. A Praia de Ponta Negra é um dos cartões-postais da cidade, além do Parque das Dunas que também é um grande atrativo para os turistas.

 

Registro de Marca em Natal

Natal é uma cidade que possui um papel fundamental na economia do estado do Rio Grande do Norte, sendo o principal polo industrial e econômico daquela região, além de prestar um papel de referência na região nordeste e contribuindo amplamente no cenário brasileiro. É uma cidade bastante propícia à criação de novos negócios e empreendimentos.

O Registro de Marca é um título concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o INPI, que colabora com a manutenção e crescimento de novos negócios. Isso porque é por meio desse título que uma marca, empresa e seus produtos se protege do plágio e da utilização alheia, que pode prejudicar os ganhos de diversas maneiras. A proteção concedida dura por um período de dez anos e é renovável ao final desse decênio.

O empresário que detém o título de registro para a sua empresa possui o direito de utilizar o nome, a logo, a marca como um todo de maneira exclusiva, de modo que o uso indevido por partes de terceiros são passíveis de punição.

Além de proteger a marca por um longo período, o registro de marca é um processo que acarreta em benefícios indiretos para uma empresa. Veja bem, uma marca que é registrada em todo o território nacional pode transmitir ainda mais uma imagem de confiabilidade e credibilidade para os clientes. Dessa forma, a médio e longo prazo pode resultar em um processo de fidelização desses clientes que, gostando dos serviços e da qualidade dos produtos, dificilmente optará por outros serviços semelhantes.

A Arena Marcas e Patentes é uma empresa especializada no segmento de registro de marcas, patentes, software e outros que enquadram nos moldes da propriedade intelectual e de bens intangíveis. Com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, a Arena Marcas é atuante no mercado, atendendo clientes de todas as partes do Brasil e já possui uma tradição de mais de 60 anos, com mais de 17 mil marcas registradas em parceria com o INPI. 

Isso é possível graças à equipe altamente qualificada com a qual trabalha, dentre profissionais de Direito, mestres em Administração e consultores experientes, todos conhecedores de todos os processos relativos ao registro de propriedades intelectuais. A Arena Marcas preza sempre pela qualidade no atendimento e a transparência com o cliente ao longo de todas as etapas fornecendo as informações para melhor auxiliar o cliente.

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História do Cruzeiro Esporte Clube

História do Cruzeiro Esporte Clube

História do Cruzeiro | O Cruzeiro começou com outro nome e teve origem em outro país, mas isso não foi problema para o clube se consolidar como um dos maiores clubes do futebol brasileiro. Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Raul, Joãozinho, Nelinho, Boiadeiro, Douglas, Ademir, Renato Gaúcho, Roberto Gaúcho, Ronaldo, Nonato, Dida, Ricardinho, Marcelo Ramos, Fábio Júnior, Alex, Sorin e Fábio… são apenas alguns dos grandes nomes que tem idolatria eterna do cruzeirense.

No artigo a seguir você encontrará os seguintes tópicos:

  • Cruzeiro Esporte Clube;
  • A história do Cruzeiro;
  • Cruzeiro Esporte Clube;
  • Vencendo o Santos de Pelé;
  • A Década de 70;
  • O Cruzeiro copeiro da década de 90;
  • Mascote do Cruzeiro;
  • Camisa do Cruzeiro;
  • Escudo do Cruzeiro;
  • Hino do Cruzeiro;

Cruzeiro Esporte Clube

Belo Horizonte é um dos principais palcos do futebol brasileiro, para não dizer mundial. Possui uma das grandes rivalidades do território nacional, mas o grande responsável para colocar a terra mineira no mapa do futebol nacional tem nome: Cruzeiro Esporte Clube. Um time de grandes histórias e tradição. O Cruzeiro começou com outro nome e teve origem em outro país, mas isso não foi problema para o clube se consolidar como um dos maiores clubes do futebol brasileiro. Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Raul, Joãozinho, Nelinho, Boiadeiro, Douglas, Ademir, Renato Gaúcho, Roberto Gaúcho, Ronaldo, Nonato, Dida, Ricardinho, Marcelo Ramos, Fábio Júnior, Alex, Sorin e Fábio… são apenas alguns dos grandes nomes que tem idolatria eterna do cruzeirense.

Para entender um pouco da origem do Cruzeiro, devemos voltar um pouco na lembrança da presença de italianos em Belo Horizonte. E isso nos remonta ao início da construção da capital mineira. O engenheiro chefe da Comissão Construtora da Nova Capital, Francisco Bicalho, juntamente com o governo do estado, impulsionou a vinda de imigrantes para Belo Horizonte a partir de 1985. A construção da cidade exigiu um exército de operários e a imigração foi o recurso utilizado por Bicalho para sanar o problema da mão de obra. Uma hospedaria de imigrantes foi erguida às margens do ribeirão Arrudas, para receber os trabalhadores. Esses imigrantes vinham diretamente da Itália ou eram aliciados na Hospedaria Horta Barbosa, de Juiz de Fora.

Além de atrair como operários, a imigração italiana em Belo Horizonte continua com a formação da zona colonial, composta por cinco colônias ao redor da cidade. Tais colônias formavam o “cinturão verde” para o abastecimento do município, como previsto na Comissão Construtora da Nova Capital e serviam como forma de povoamento do entorno da capital, diversificando a economia.

Essa população da zona colonial reduziu bastante em 1904, mas voltou a crescer em 1910 atingindo a população de 1162 pessoas, formando parte significativa da população de Belo Horizonte.

A História do Cruzeiro

O início como Palestra Itália

História do Cruzeiro Palestra Itália

Por esses motivos, o Palestra não se caracterizou apenas como uma equipe de descendentes italianos. Também passou a ser associado com seus elementos da classe trabalhadora da cidade, algo que até hoje o clube tenta manter em seus princípios, como na campanha “O time do povo” que coloca bandeiras nos jogos do Cruzeiro ainda hoje em dia. No corpo social do clube prevaleciam os pedreiros, policiais, pintores, comerciários e marceneiros, que eram filhos dos imigrantes que vieram construir a capital de Minas Gerais e resolveram por herdar a mesma profissão de seus pais.

Até 1925, existia uma cláusula no estatuto do clube que permitia apenas a inscrição de atletas e associados de origem italiana. Após a abolição dessa cláusula, passaram a ser aceitos colaboradores de qualquer origem, aumentando o alcance do clube.

Existia outro clube de origem italiana em Belo Horizonte e isso às vezes causa alguma confusão. Alguns pesam que foi o Yale, esse clube também de descendentes italianos, que deu origem ao Palestra e posteriormente ao Cruzeiro, mas não é verdade. O Yale surgiu anos antes do Palestra, mas enfrentou uma crise justamente pelo aparecimento de outro clube com origem italiana em Belo Horizonte e perdeu muitos associados e jogadores para o Palestra. O Yale foi dissolvido em 1925, sendo registrados quatro jogos diante do Palestra: 17/07/1921 – Palestra Itália 0 x 1 Yale; 06/11/1921 – Palestra Itália 0 x 0 Yale; 30/04/1922 – Palestra Itália 0 x 0 Yale e 05/08/1923 – Palestra Itália 3 x 2 Yale. Todos os jogos válidos pelo Campeonato da Cidade.

Como dito, em 1925 a cláusula de exclusividade para italianos foi abolida, prevalecendo a vontade de grande parte dos associados que gostariam de ver o Palestra como um grande clube, o que seria bem mais fácil com a inclusão de brasileiros e outras nacionalidades. Outra mudança feita justamente nessa época foi o aportuguesamento do nome do clube, se transformando em Sociedade Sportiva Palestra Italia. O primeiro jogador de outra nacionalidade que o clube recebeu foi Nereu, que era da colônia sírio-libanesa e jogava no Sírio Horizontino.

Ainda nessa década, o Palestra já conseguiu sua primeira conquista significativa. Entre 1928 e 1930, conquistou as três edições do Campeonato Mineiro, sendo duas delas de maneira invicta. Esse crescimento de um novo clube na cidade obriga as outras instituições a se organizarem mais, fazendo que, em 1933, surgisse a primeira liga profissional do estado, a Associação Mineira de Esportes.

Em 1936, começava o processo para a mudança de nome que resultaria em um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro. Alguns dirigentes e ex-atletas lideraram esse movimento chamado Ala Renovadora para a nacionalização do Palestra. O grupo tinha como intenção mudar o nome do clube, já que ele não era mais associado exclusivamente à colônia italiana, fazendo ter pouco sentido a utilização do nome Itália. Aconteceu resistência, mas a ideia foi ganhando força e aliados.

Cruzeiro Esporte Clube

Em 1942, mais especificamente em 30 de janeiro, durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Getúlio Vargas – que já havia declarado guerra aos países do Eixo (Itália, Alemanha, Japão) -, através de um decreto, determinou a proibição do uso de termos e denominações referentes a essas nações inimigas. Por coincidência, a primeira partida após esse decreto era contra o Atlético-MG, atual arquirrival do clube, em 1 de fevereiro daquele ano. O time entrou em campo com uma camisa azul e três listras brancas horizontais, sem escudo e sem nome. Três dias depois, a diretoria adotou o nome provisório de Palestra Mineiro.

Ainda existia a vontade e necessidade de se transformar essa instituição em uma entidade totalmente brasileira, principalmente após o decreto presidencial. Isso foi concretizado em 7 de outubro de 1942, em uma assembleia que acabou com a renuncia do então presidente Ennes Cyro Pony e com a aprovação do nome do clube que permanece até hoje e fez histórias inigualáveis: Cruzeiro Esporte Clube, uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul. O nome Palestra ainda permaneceu até o fim de 1942 por regras da Federação de Futebol que só aprovou o nome estatuto no início do ano seguinte.

Seus primeiros anos de vida já foram produtivos. O Cruzeiro conquistou novamente um tricampeonato mineiro, vencendo as três edições entre 1943 e 1945. Nesse mesmo período, reformou seu estádio, que passou a se chamar Juscelino Kubitschek, em homenagem ao até então governador de Minas Gerais. Porém, aparecem também as dificuldades: essa obra e outras despesas com o elenco dão origem a uma crise financeira, que faz o clube perder seus principais jogadores. No início da década de 50, o baque piora, pois o clube acaba obrigado a dispensar todo o quadro de profissionais, passando a viver em uma espécie de regime semi- amador com a promoção dos juvenis.

A solução achada para o clube tentar se reencontrar financeiramente foi disputar amistosos pelo estado em troca de cachês. Essa experiência proporcionou ao Cruzeiro não apenas dinheiro, mas uma nova leva de torcedores espalhados pelas cidades do interior, ajudando muito na popularização do clube no estado. A redenção veio com a construção de sua sede social no Barro Preto, aumentando a arrecadação do clube e, nos anos seguintes, uma nova era já era iniciada com outro tricampeonato mineiro entre 1959 e 1961.

Vencendo o Santos de Pelé

História do Cruzeiro: contra o Santos de Pelé

Durante a década de 60, o Cruzeiro deu seu grande salto, passando de um clube importante de Minas Gerais, para um dos mais respeitados do Brasil. Em 1965 o clube foi campeão mineiro, o que lhe deu o direito de disputador a Taça Brasil de 1966. Após seis partidas, o Cruzeiro chegou na final contra o grande Santos, que já possuía um grande esquadrão que ajudou o Brasil na conquista de duas Copas do Mundo seguidas.

Em 30 de novembro daquele ano, a final começava a ser disputada, algo que mudaria para sempre a história do Cruzeiro com seu primeiro título nacional. A primeira partida da final aconteceu em Belo Horizonte e aconteceu algo incrível. No primeiro tempo, o Cruzeiro estava vencendo por inimagináveis 5 a 0.

O Santos esboçou reação no segundo tempo fazendo dois gols, mas Dirceu Lopes tratou de deixar o Cruzeiro novamente confortável, com um 6 a 2. No jogo de volta, em São Paulo, o Santos termina o primeiro tempo vencendo por 2 a 0. Relatos dizem que no intervalo, dirigentes do clube paulista já procuravam o presidente do Cruzeiro para a marcação de um terceiro jogo, pois já contavam com a vitória (na época, não contavam saldo de gols. Era apenas sobre vencer o jogo).

O Cruzeiro voltou mordido para o segundo tempo e conseguiu uma virada histórica, com gols de Tostão, Dirceu Lopes e Natal. A equipe, ainda de jogadores jovens, vencia o melhor time do planeta e conquistava a Taça Brasil para o Cruzeiro Esporte Clube. Esse título do Cruzeiro teve tanto significado que, no ano seguinte, surgiu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, uma espécie de embrião do atual Campeonato Brasileiro. Era nada menos que o antigo Torneio Rio-São Paulo, mas abrigando clubes também de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, o Cruzeiro disputou sua primeira partida oficial fora do Brasil, diante dos venezuelanos do Deportivo Galicia, vencendo por 1 a 0.

Com a homologação dos títulos, considerando os torneios nacionais antigos também como títulos de Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro é reconhecidamente o primeiro clube de Minas Gerais a ser campeão nacional.

A década de 70

A década de 70 também foi marcante para o estabelecimento do Cruzeiro como um clube de grandes proporções. Primeiro, o clube mostra força no campeonato nacional mais uma vez, mas consegue apenas vice-campeonatos. Perdeu para o Vasco em 1974, em jogo marcado por erros de arbitragem, e em 1975 para o Internacional. No ano seguinte, um momento mais do que histórico. Era a Copa Libertadores da América de 1976, o torneio de mais renome do continente, e o Cruzeiro se sagrava campeão diante do River Plate, tradicional equipe argentina.

Na primeira partida, uma goleada em casa por 4 a 1. A partida de volta, em Buenos Aires, o Cruzeiro perde por 2 a 1. O regulamento previa um terceiro jogo em campo neutro e aconteceu em Santiago, no Chile. O Cruzeiro consegue abrir 2 a 0, mas cede empate. Aos 44 minutos do segundo tempo, Joãozinho marca de falta decretando um dos maiores momentos da história do clube.

O gol de falta marcado por Joãozinho na partida é um dos momentos mais icônicos da história do clube, pois o batedor oficial era Nelinho, que estava de costas se preparando para a cobrança. Joãozinho ousou e foi recompensado com um lindo gol, transformando o Cruzeiro em campeão continental.

No mesmo ano, o Cruzeiro disputou a Taça Intercontinental, o famoso Mundial, diante do Bayern de Munique. O clube mineiro foi derrotado para a base da seleção alemã campeã do mundo em 1974. No ano seguinte, o Cruzeiro consegue mais uma vez chegar na final da Copa Libertadores, mas é derrotado pelo Boca Juniors após penalidades máximas na terceira partida.

Também nos anos 70, o Campeonato Mineiro causava déficit financeiro, o que fez com que o clube fizesse amistosos no exterior com o pagamento recebido sendo feito em dólares. O dinheiro conquistado nessas excursões foi suficiente para manutenção dos grandes jogadores para os títulos mineiros e a Libertadores dessa época. Todos esses esforços não foram suficientes para o clube se manter entre os times de elite na década de 80.

A crise financeira chegou forte e o Cruzeiro não teve bons resultados nacionalmente, além de vencer apenas dois campeonatos mineiros. A partir da criação da Copa União, em 1987, e o início do pagamento das cotas para transmissão das partidas pelas emissoras de televisão , o Cruzeiro começou a se reerguer para uma grande década de 90.

O Cruzeiro copeiro da década de 90

História do Cruzeiro: títulos

A década de 90 foi impressionante para o Cruzeiro. Não veio nenhum Campeonato Brasileiro, mas um aproveitamento incrível em campeonatos mineiros e em competições mata-mata, iniciando uma excelente série de 15 anos seguidos conquistando pelo menos uma taça.

Essa série, obviamente, continuou no início dos anos 2000 e foram duas Supercopas da Libertadores (1991 e 1992), uma Recopa Sul-Americana (1998), quatro Copas do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003), uma Copa Ouro (1995), uma Copa Master da Supercopa (1995), duas Copas Sul-Minas (2001, 2002), oito Campeonatos Mineiros (1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003, 2004) uma Copa Centro-Oeste (1999), duas Copa dos Campeões Mineiros (1991 e 1999), um Supercampeonato Mineiro (2002), além da segunda Taça Libertadores da América (1997) e do Campeonato Brasileiro de 2003, o primeiro disputado por pontos corridos, em turno e returno.

A Copa do Brasil de 1996 teve um gostinho especial para o cruzeirense, pois o clube reencontrou o Palmeiras, clube que também teve origens italianas, na grande final. O Palmeiras era o grande elenco do país na época e chegou para a decisão como favorito. Na base da vontade e fortalecendo o espírito copeiro do clube, o Cruzeiro conseguiu virada em pleno Parque Antártica em um dos títulos mais marcantes para o torcedor.

No ano seguinte, outro título que parecia improvável. A Copa Libertadores da América de 1997 começou com o Cruzeiro sem vencer nenhuma das três primeiras partidas, mas Dida e companhia conseguiram reação e venceram o Sporting Cristal na grande final, para um Mineirão lotado.

Em 2003, talvez o maior feito do Cruzeiro Esporte Clube. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, torna-se o único clube brasileiro até hoje a vencer três títulos do primeiro escalão durante um mesmo ano. Venceu o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, algo inédito e histórico. Alex, o grande craque do time durante os três campeonatos, tornou-se um dos grandes ícones da história do clube.

Após 2003, o Cruzeiro passou alguns anos vencendo apenas alguns Campeonatos Mineiros. Inclusive, em duas oportunidades, goleou o maior rival por 5 a 0 no jogo de ida das finais, sob o comando de Adilson Batista. Em 2011, um momento crítico da história do clube se tornou em mais uma partida icônica: era a última rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano e o Cruzeiro precisava vencer de qualquer maneira para não ser rebaixado para a segunda divisão – ainda é um do grupo seleto que nunca foi rebaixado – e o adversário era justamente o maior rival.

O clima era péssimo, mas um belo ambiente no dia do jogo proporcionou uma das grandes goleadas diante do Atlético-MG: 6 a 1 na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.

Mascote do Cruzeiro

História do Cruzeiro: raposão

O mascote do Cruzeiro é a raposa. Ela foi desenhada em 1945 por um chargista conhecido como Mangabeira, que se inspirou em um ex-presidente do clube chamado Mário Grosso, que durante sua estadia no clube ficou conhecido por sua esperteza. Além do mais, a raposa é um animal que se alimenta de galináceos, uma clara alusão ao rival Atlético-MG, que tem o galo como mascote.

Camisa do Cruzeiro

A primeira camisa foi verde, com trechos vermelhos na ponta das mangas e o logotipo no peito com o PI, de Palestra Italia, entrelaçado em um losango vermelho e verde com fundo branco. Na década de 40 o clube passou a ser chamar Cruzeiro e adotou uma camisa toda azul, golas e punhos brancos, calção branco e meias brancas, com a constelação do Cruzeiro do Sul no peito.

Nos anos 50, surge sua já tradicional camisa branca para jogos noturnos, com a intenção de beneficiar a identificação dos jogadores nos acanhados e pouco iluminados estádios brasileiros da época. Poucas foram as mudanças nos uniformes do Cruzeiro durante os anos, exceto por algumas diferentes cheias de desenhos geométricos ou com tom brilhante nos anos 90. O padrão ainda é mesmo sempre, variando as vezes a cor do calção e meias (branco ou azul) e o símbolo utilizado – estrelas soltas, o mais comum nos últimos anos, ou o próprio escudo.

Hino do Cruzeiro

Criado em 1965 por Jadir Ambrósio, esse é o hino do Cruzeiro:

“Existe um grande clube na cidade Que mora dentro do meu coração Eu vivo cheio de vaidade Pois na realidade é um grande campeão Nos gramados de Minas Gerais Temos páginas heroicas, imortais Cruzeiro, Cruzeiro querido Tão combatido, jamais vencido!”

Escudo do Cruzeiro

Até por sua origem italiana, é evidente que o símbolo do Cruzeiro já passou por algumas mudanças durante sua história. Começou fazendo referências as cores da Itália e, a partir de 1942, adotou as cores azul e branco, além do Cruzeiro do Sul. A primeira versão conta com o “Cruzeiro E. C.” fora da circunferência, o que mudou a partir de 1959. Após a tríplice coroa de 2003, o Cruzeiro eternizou esse feito adicionando uma coroa na parte superior do escudo, o que se mantém até os dias atuais. Mas, como já mencionado, é normal o clube utilizar apenas o Cruzeiro do Sul em vários de seus uniformes.

Mineirão

História do Cruzeiro: Mineirão

A construção do Mineirão foi peça chave para o crescimento do Cruzeiro no cenário nacional. A partir de sua inauguração em 1965, Minas Gerais abandona sua característica provinciana e começa a disputar os campeonatos de representação nacional. O estádio foi palco de grandes conquistas da história do clube, sempre lotado e é considerado a casa do cruzeirense. Além do mais, antes do Mineirão, o Cruzeiro tinha pouco protagonismo e acabou crescendo junto com o estádio, que hoje é dos grandes palcos do futebol mundial.

Após a reforma para a Copa do Mundo em 2014, o rival Atlético-MG praticamente adotou o Independência como seu estádio principal, fazendo com que a ligação Cruzeiro – Mineirão crescesse ainda mais. Em 2013 e 2014, dois títulos Brasileiros após 10 anos na seca com o estádio sendo o forte aliado, graças a grandes públicos e uma bela atmosfera. Em 2017, mais um grande título no famoso “Gigante da Pampulha”: Copa do Brasil após vencer o Flamengo nos pênaltis.