- História do Palmeiras: Sociedade Esportiva Palmeiras;
- História do Palmeiras: Camisa do Palmeiras ao longo do tempo;
- História do Palmeiras: Era Palestra Itália;
- História do Palmeiras: Era Palmeiras e a Academia de Futebol;
- História do Palmeiras: A metade final da década de 1970;
- História do Palmeiras: Anos 90: A Era Parmalat;
- História do Palmeiras: O fim da Era Parmalat: os anos 2000;
Sociedade Esportiva Palmeiras, conhecida popularmente como o Palmeiras, é um clube poliesportivo brasileiro sediado em São Paulo. No quadro História das Marcas, vamos falar mais sobre a História do Palmeiras.
No artigo a seguir você encontrará os seguintes tópicos:
O primeiro modelo de camisa palmeirense, usado em 1915, já contava com seu principal elemento de identidade, a cor verde. Com uma gola polo na cor branca, e uma fenda em formato de V aberta até a altura do peito e amarrada com linhas trançadas. No lado esquerdo do peito, o símbolo do Palestra Itália, uma letra “P” grande com uma letra “I” um pouco menor e adicionado um pouco à direita e trespassando o semicírculo do “P”.
Ainda em 1915, o Palestra Itália também usou um novo emblema na camisa. Um escudo com a Cruz de Savoia no centro. A Cruz de Savoia era o símbolo da antiga família real italiana e foi adicionada à camisa do Palestra como uma referência ao Pro Vercelli, clube italiano que excursionou no Brasil no ano de 1914.
Ao longo de sua existência enquanto Palestra Itália, as camisas seguiram essa alternância entre os dois escudos. O escudo com as letras “P” e “I” variavam a cor da grafia em branco e vermelho, se unindo ao verde da camisa para formar as cores da bandeira italiana. Na própria maglia o verde prevalecia, sendo que entre 1916 e 1918 uma faixa vertical em branco marcava presença na altura da barriga e em 1929 o clube utilizou pela primeira vez uma camisa em azul, homenageando a cor do uniforme da seleção italiana.
Como já foi explicado, em 1942, o Palestra Itália passou a se chamar Palmeiras e, portanto teve de alterar seu escudo. Essa parte não foi das mais difíceis, bastou alterar o escudo anterior, retirando a letra “I” de Itália e mantendo o “P” de Palestra, que servia para Palmeiras. Com apenas a letra P no lado esquerdo do peito, a camisa palmeirense seguiu até 1959.
Nesse período, destacam-se como camisas diferentes do tradicional verde do Palmeiras dois modelos. O primeiro usado em 1951, na final da Copa Rio. Disputada por vários campeões nacionais de todo o mundo, dentre eles Juventus- ITA, Nacional- URU, Sporting- POR, Estrela Vermelha- IUG e o Vasco (então campeão carioca), o torneio ganhou um status de campeonato mundial. O Palmeiras foi campeão e, na final, utilizou uma bandeira do Brasil acima do escudo. O segundo foi usado em 1955, na final do Paulistão de 1954, quando o Palmeiras entrou em campo de azul e acabou perdendo a taça para o rival Corinthians.
Em 1959 o Palmeiras já acenava ao mundo com o que seria a Academia de Futebol, nome dado a duas gerações de craques que encantaram o país com sua forma de praticar o esporte e a facilidade em levantar canecos. Na camisa, o ano marcou a primeira aparição do símbolo palmeirense como conhecemos hoje. Um escudo verde com a letra “P” grafada em seu interior, envolvido por um círculo com fundo branco , o nome “Palmeiras” escrito ao redor da parte inferior desse círculo com quatro estrelas ao lado esquerdo e quatro ao lado direito, tudo isso dentro de mais um círculo, esse com fundo verde. Esse escudo seria usado em todas as camisas palmeirenses sem exceção até 2004.
Uma camisa interessante utilizada nesse período foi a da seleção brasileira! Sim, em 1965, na inauguração do estádio Mineirão, em Belo Horizonte, o time palmeirense foi escolhido para representar o Brasil contra o Uruguai. O time do verdão vestiu a amarelinha e não fez feio, venceu os uruguaios por 3 a 0.
A partir de 1974 o palmeirense se despedia da segunda geração da Academia de Futebol, de quem seria saudoso durante 17 anos, período de maior jejum de títulos da história do clube.
Nas camisas, o período da seca marcou uma revolução no uniforme palmeirense. Ela começou em 1977, quando o Palmeiras se tornou o primeiro clube do Brasil a apresentar o logotipo de uma fornecedora de material esportivo na camisa. No caso era a empresa alemã Adidas. A folhinha, símbolo original da marca, estava estampada no lado direito do peito e as tradicionais três listras foram bordadas na cor branca nas mangas da camisa. A Adidas estampou sua marca na camisa palmeirense até 1992, ou seja, o tempo exato de duração do jejum de títulos.
Em 1983 outra alteração importante era feita na camisa do Verdão. Pela primeira vez um patrocinador estampava sua marca no centro da camisa. No caso era a seguradora Bandeirante Seguros. A empresa permaneceu no clube por apenas um ano. Até 1992 a camisa do Palmeiras apresentou o patrocínio das seguintes marcas: Quaker, Marte Rolamentos, Mercaplan, Furlgaine Ford, Sharp, Casas Bahia, Arapuã, Consórcio Battistella, Pão de Açúcar, Mirabel, Bavesa, Brandiesel, Galeria Pajé, Shark, Borcol, Agip e Coca-cola.
Em 1992 a Parmalat, empresa de laticínios italiana, fechou um acordo de patrocínio com o Palmeiras. A parceria daria muito certo, renderia ao clube uma década de glórias após 17 anos de jejum de títulos. Com a empresa italiana estampada na camisa o Verdão foi bicampeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil, da Copa Libertadores, do Torneio Rio-São Paulo, da Copa Mercosul e tricampeão paulista.
Na camisa a principal alteração foi uma mudança drástica de padrão. Em vez do verde escuro uniforme tradicional, a Adidas optou por usar um tom mais claro de verde e utilizou pela primeira vez as listras brancas finas em horizontal cortando a camisa. Essa seria a marca registrada do Palmeiras dos anos 90, que usou esse modelo de 1992 até 1996. A ruptura com a Adidas também foi uma marca do período. Em 1993, o clube assinou com a Rhumell, que foi a fornecedora oficial até 1996. De 1996 até 1999 o Palmeiras teve contrato com a Reebok e depois voltou a ter seu material fornecido pela Rhumell, em um contrato que durou até 2003.
Nos campo dos patrocínios a Parmalat dominou o espaço de 1992 até 2000, estampando a logo da empresa ou de produtos da marca. Quanto as camisas, depois da fase das listras brancas, que terminou em 1996, foi a vez de inúmeras invenções típicas dos uniformes de futebol dos anos 90. As novas tecnologias têxteis foram o motor para uma série de experimentos das empresas de material esportivo, algumas interessantes e outras que beiram o bizarro. Marcas d’água em abundância, detalhes em vermelho e padrões de listras usando diferentes tons de verde marcaram as camisas do Palmeiras durante o período.
Em 1996 o Palmeiras lançou seu primeiro uniforme número três. A camisa era uma homenagem aos primeiros modelos de sua história, com uma gola polo na cor branca, e uma fenda em formato de V aberta até a altura do peito e amarrada com linhas vermelhas trançadas e uma faixa branca na altura da barriga.
Passado o grande momento do Verdão no futebol nacional, os anos 2000 não trazem grandes recordações para o palmeirense. Em 2002 o clube foi rebaixado pela primeira vez para a série B do Campeonato Brasileiro. Em 2004 estaria de volta à série A. Apenas em 2008 tornaria a conquistar um título, quando levantou a taça do Paulistão. Em 2009 o clube chegou a liderar o Brasileirão por uma boa parte do ano, mas acabou não conseguindo o título. Em 2012 o Palmeiras viveu a estranha sensação de ser campeão da Copa do Brasil e novamente rebaixado à série B. Em 2014 voltou à primeira divisão do futebol nacional em processo de reestruturação. Consagrou-se campeão da Copa do Brasil em 2015 e do Brasileirão em 2016 e voltou a ocupar a prateleira de cima dos times brasileiros.
Nos uniformes a década de 2000 foi marcada pelo início de duas parcerias duradouras. Em 2003 o clube assinou contrato de publicidade com a marca de pneus Pirelli. A parceria durou até 2007. Durante esse período a Pirelli alternou entre usar o logo tradicional da empresa e o de produtos específicos da marca.
A outra parceria foi com a fornecedora de materiais esportivos italiana Diadora. De 2003 até 2005 a empresa promoveu uma série de mudanças ano a ano no uniforme do Palmeiras. Faixas nas mangas, laterais e ao lado do peito das camisas usando as cores branca e um verde fluorescente foram muito utilizadas pela Diadora e novas tecnologias de tecido também foram a marca do período. Em 2004, a marca italiana lançou uma camisa em homenagem aos 90 anos do clube. O modelo retrô voltou a usar a Cruz de Savoia como símbolo depois de 87 anos e essas foi a primeira vez desde 1959 que o escudo oficial do Palmeiras não foi utilizado.
Em 2006 a Adidas voltou ao clube depois de 14 anos. A camisa do Palmeiras começaram a seguir o padrão da indústria moderna de materiais esportivos. O padrão utilizado para os clubes que usavam Adidas, incluindo as seleções da Copa do Mundo daquele ano, também era aplicado na camisa do Palmeiras. Em 2007, a Adidas lançou a primeira versão da camisa do Palmeiras na cor verde-limão, ou marca-texto, como ficou popularmente conhecida.
A versão fez sucesso na torcida e foi replicada em vários anos subsequentes. A Adidas segue sendo a fornecedora de camisa do Palmeiras. Os patrocínios se alternaram bastante nos últimos anos, tanto em variedade quanto em posição na camisa (frente, costas, mangas, calções). No fim da década de 2000 e a partir da década de 2010 o símbolo utilizado nas camisas também variou bem mais do que era comum nas décadas passadas. Além do escudo oficial, a letra “P” utilizada nas décadas de 1940 e 1950, a Cruz de Savoia e o “PI” de Palestra Itália já apareceram nas camisas do Palmeiras nas partidas do clube ao longo desse período.