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Revolta da Armada


Revolta da Armada

A Revolta da Armada é caracterizada como um movimento de rebelião e oposição aos governantes e ao tipo de governo vigente que, nesse caso, era a recém-nascida República brasileira. Se deu em dois momentos principais, cada um deles em um governo da República da Espada (Marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto).

Primeira Revolta da Armada

Até o ano de 1889, o Brasil tinha como forma de governo o Imperialismo, sendo comandado por Pedro II. Nesse mesmo ano, foi dado um golpe ao estado, a fim de instaurar na nação um regime de governo de caráter republicano. Dessa maneira, o primeiro presidente da república no Brasil vinha a ser um dos apoiadores do movimento republicano, o marechal Deodoro da Fonseca.

Contudo, até por ser um tipo novo de governo, haviam muitos adeptos ao antigo modelo imperial, principalmente unidades oficiais da Marinha do Brasil. No entanto, mesmo em meio a muitas turbulências, o governo de Deodoro conseguiu se estabelecer até o ano de 1891.

Nesse momento, em meio a uma forte crise econômica, seguida de uma crise política e de uma enorme dificuldade de negociar com os integrantes da oposição, Deodoro – no maior estilo imperial de se governar – dissolve o Congresso Nacional. Esse ato foi o estopim para um movimento de algumas unidades da própria marinha que, dizendo que o governante feriu os parâmetros da Constituição, ameaçou bombardear o litoral do Rio de Janeiro – que até então era a capital do Brasil.

Esse movimento foi caracterizado como a primeira Revolta da Armada. Como consequência, em meio a todo o caos que foi instaurado no Brasil por conta desse movimento, Deodoro da Fonseca decidiu por renunciar à Presidência da República no dia 23 de novembro de 1891.

Dessa forma, o que estava previsto na Constituição de 1889 era que fossem feitas novas eleições, uma vez que o último governante eleito ainda não havia completado dois anos de mandato. No entanto, indo contra às leis que constavam naquela Constituição, o Brasil foi assumido por Floriano Peixoto.

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A segunda Revolta da Armada

Floriano Peixoto então, um presidente conhecido até os dias de hoje por seu caráter repressivo, teve poucos meses de governo tranquilo. Isso porque no mês de março do ano seguinte, em 1892, treze generais de unidades da Marinha do Brasil publicaram uma carta manifesto endereçada ao presidente da república, exigindo que novas eleições foram convocadas, uma vez que era isso o previsto pela Constituição, que fora promulgada há apenas três anos e já havia sido violada duas vezes por dois presidentes.

Floriano, como toda a sua personalidade dura e repressora, reprimiu o movimento com dureza e bastante força, ordenando que todos os seus integrantes fossem presos. Contudo, essa primeira tentativa dos revoltosos não foi a única responsável por atormentam Floriano Peixoto em seu governo.

No dia 6 de setembro de 1893, alguns oficiais de alto escalão da marinha, juntamente com jovens integrantes e muitos monarquistas tentaram outra investida com o governo, exigindo que fossem convocadas novas eleições. No entanto, já que Custodio de Melo, um possível candidato para a presidência no lugar de Floriano, era um dos líderes do movimento, este foi alvo de muitas desconfianças para com a população, o que acabou resultando em uma não popularidade da rebelião.

Uma semana depois, no dia 13 de setembro, chegou a haver um embate entre forças oficiais do Exército Brasileiro com oficiais da Marinha, o que resultou na mudança da capital do estado do Rio de Janeiro, que antes era Niterói e agora seria Petrópolis. Em 1903, a capital do estado voltaria para o seu lugar de origem.

Percebendo que não teria sucesso na capital, uma vez que as forçam que protegiam o governo eram muito superiores, as embarcações rebeldes foram a caminho do sul, onde buscavam apoio dos federalistas. No entanto, também não tiveram sucesso nessa empreitada.

Vendo que o movimento começava a ganhar força no sul do país, Floriano reprimiu com violência todos os integrantes do movimento. Houve ainda uma participação dos Estados Unidos nessa repressão, uma vez que foram adquiridos, pelo governo brasileiro, uma frota de navios norte americanos para ajudar no combate aos revoltosos.

As tropas do governo saíram vitoriosas do conflito, mas também desmoralizadas. Isso porque as tropas dos Estados Unidos ficaram conhecidas como “frota de papel”, uma vez que eram de baixíssima qualidade e compunham o mais baixo nível das tropas norte americanas.

Contudo, a partir de seu caráter de repressão e muita violência contra os rebeldes, o então presidente do Brasil Floriano Peixoto ficou conhecido como Marechal de Ferro.