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República Velha Resumo


República Velha – Em 15 de novembro de 1889, um grupo de militares tomou o governo imperial de Dom Pedro II e terminou a monarquia, 67 anos depois de nossa independência das potências coloniais portuguesas. Vários fatores fizeram com que a família imperial perdesse popularidade entre a elite rural do Brasil: havia conflitos com a Igreja Católica, subordinada à coroa; uma profunda crise econômica; o fim da escravidão em 1888; e o pedido de maior autonomia de províncias como São Paulo e Minas Gerais.

Mas o golpe político-militar que transformou nosso país em uma república quase não ocorreu. Pressionado por setores do exército e do movimento republicano para liderar a deposição da monarquia, o marechal Deodoro da Fonseca inicialmente hesitou. Um monarquista durante toda a sua vida, Deodoro respeitava muito o “velho homem”, como ele chamava o imperador. Quando as forças militares ultrapassaram o palácio do governo, Deodoro defendeu uma reforma do gabinete em vez de uma completa dissolução da coroa. No entanto, com o passar do dia, ele se pressionou e, como resultado, tornou-se o primeiro presidente do Brasil.

O destronamento de Dom Pedro II foi um movimento orquestrado pelas elites brasileiras da época, e foi realizado sem endosso popular. De fato, para evitar protestos, a família imperial foi exilada do Brasil no meio da noite. De acordo com relatos históricos, Dom Pedro II, quando colocado em um navio para a Europa, exclamou: “Eu não sou um escravo fugitivo, não estou embarcando!”.

República da Espada

O primeiro período republicano na história do Brasil foi surpreendentemente semelhante a uma monarquia. Valores como voto popular, educação universal, cidadania e inclusão nunca fizeram parte da agenda. Os primeiros anos após a Proclamação da República tornaram-se conhecidos como a República da Espada por causa da proeminência dos líderes militares. Deodoro da Fonseca, um idoso doente, renunciou antes do final de seu mandato e foi substituído por outro marechal de campo, Floriano Peixoto, um homem despótico que se tornaria conhecido como “o marechal de ferro”.

Quando mais poder foi entregue às populações civis em 1894, o equilíbrio de poder era igual ao do Império. O presidente tinha pouco poder para governar o país e, em vez disso, obedeceu à aristocracia rural da qual todos os presidentes brasileiros da época eram emitidos. O poder oscilava com frequência entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. O período é coloquialmente chamado de café com leite – isto é, o período do “café com leite”, em homenagem aos dois principais produtos dos estados dominantes.

Até esse ponto, muitos brasileiros viviam em comunidades sob um sistema que lembra uma aristocracia feudal. Os latifúndios, grandes porções de terras privadas, concentravam a maior parte da terra e da riqueza do Brasil nas mãos de algumas centenas de oligarcas. As primeiras décadas da República Velha do Brasil foram marcadas por conflitos relacionados à terra e aos direitos civis.

A primeira greve geral

O aumento de assentamentos europeus nos primeiros anos do século XX também causou problemas para o Brasil. Com uma liderança muito conservadora e concentração de poder, os recém-chegados causaram fricção trazendo ideias de comunismo e anarquia para as classes trabalhadoras. Em 1917, o Brasil teve sua primeira greve geral. Os trabalhadores, liderados por Ruy Barbosa, exigiram melhores direitos; Barbosa foi o principal líder da oposição que defendia uma abordagem de imitação aos EUA. A greve foi brutalmente reprimida, com o governo do Brasil agindo na esperança de reprimir quaisquer movimentos sociais semelhantes.

Mas os desenvolvimentos na manufatura e o influxo de migrantes no Brasil geraram uma mudança inevitável: o surgimento de uma nova classe de trabalhadores urbanos em profissões, incluindo bancos e governo. Com eles, as estruturas de poder mudaram, deixando o coronelismo e a política do café com leite para trás. A classe média e a insatisfação popular cresceram em conjunto. Ao mesmo tempo, o atrito entre os grupos políticos de São Paulo e Minas Gerais enfraqueceu os governantes da República Velha.

Getúlio Vargas

A partir desse quadro surgiu Getúlio Vargas, advogado e político nascido no Rio Grande do Sul. Ele subiu a escada política durante o primeiro período inquieto do Brasil como República até 1930, quando assumiu o controle do país pela força. De acordo com vários relatos históricos, um aliado dele cunhou a frase “Façamos uma revolução antes que o povo a faça”. O ditado é bastante indicativo do estilo de governo de Vargas.

O jornalista Laurentino Gomes, que escreveu sobre a Proclamação da República brasileira, gosta de dizer que a república foi proclamada em 1984, quando o povo brasileiro – pela primeira vez em sua história – liderou um movimento político pedindo o fim da ditadura militar e a criação de um sistema de eleições diretas.