Paradoxo | O termo paradoxo é proveniente da palavra grega paradoxon, que significa “contrário às expectativas, crenças existentes ou opinião percebida”.
O paradoxo trata-se, portanto, de uma afirmação que parece autocontraditória, mas que pode incluir uma verdade latente ou subjetiva. Também é utilizada para ilustrar uma opinião ou afirmação contrária às idéias tradicionais aceitas. Um paradoxo é frequentemente usado para fazer o leitor pensar sobre uma idéia de maneira inovadora, diferente do convencional.
O paradoxo é um conceito inserido dentro das figuras de linguagem, um amplo assunto presente na língua portuguesa. Se quiser saber mais sobre as figuras de linguagem e suas variações, clique no link a seguir: Figuras de Linguagem – O que são? Quais as principais?
Neste artigo falaremos mais sobre os paradoxos, dando exemplos para ilustrar como ele é inserido em sentenças cotidianas e também em textos literários famosos.
Exemplos de paradoxo
Como falado anteriormente, o paradoxo consiste em uma sentença com ideias opostas e, muitas vezes, sem sentido lógico. Veja abaixo alguns exemplos:
- “Eu sou ninguém”
- “Que pena que a juventude deve ser desperdiçada com os jovens.”;
- “A verdade é mel, que é amargo.”
- “Eu posso resistir a qualquer coisa, menos tentação.” – Oscar Wilde;
- “Sendo a sua liberdade / Era a sua escravidão” – Vinícius de Moraes;
A partir dos exemplos acima de paradoxo, podemos dizer que o paradoxo cria um efeito humorístico ou subjetivo nos leitores, uma vez que não possui um sentido lógico e direto.
Exemplos de paradoxo na literatura
As figuras de linguagem são recursos linguísticos de expressão utilizados para dar ênfase a uma frase ou contexto. Por esse motivo, são amplamente utilizados em textos literários.
Na literatura, o paradoxo não é apenas uma afirmação inteligente ou cômica pelo uso de palavras. O paradoxo tem sérias implicações porque faz afirmações que geralmente resumem os principais temas do trabalho em que são usados. Vamos analisar alguns exemplos de paradoxos de algumas obras literárias famosas:
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A Revolução dos Bichos (George Orwell):
Em “A Revolução dos Bichos, de George Orwell, uma das tramas centrais do livro gira em torno de uma afirmação:
“Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros.”
Esta afirmação parece não fazer sentido. No entanto, em uma análise mais aprofundada, fica claro que Orwell aponta uma verdade política. O governo do romance afirma que todos são iguais, mas nunca tratou todos igualmente. É o conceito de igualdade declarado neste paradoxo que é oposto à crença comum da igualdade.
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Hamlet (William Shakespeare):
Na famosa peça de William Shakespeare, Hamlet, o protagonista, diz:
“Eu devo ser cruel para ser gentil.”
Este anúncio não parece fazer sentido. Como um indivíduo pode tratar os outros gentilmente, mesmo quando é cruel? No entanto, Hamlet está falando sobre sua mãe e como ele pretende matar Claudius para vingar a morte de seu pai.
Este ato de Hamlet será uma tragédia para sua mãe, que é casada com Claudius. Hamlet não quer mais que sua mãe seja a amada do assassino de seu pai e, portanto, ele acha que o assassinato será bom para sua mãe. Novamente, o paradoxo é de vital importância para o desenrolar da trama e a ênfase no texto.
Função do paradoxo na literatura
A leitura acima pode trazer à tona a pergunta: “Por que o paradoxo é usado quando uma mensagem pode ser transmitida de maneira direta e simples?” A resposta está na natureza e no propósito da literatura. Uma função da literatura é fazer com que os leitores gostem de ler. Os leitores desfrutam mais quando extraem os significados ocultos da escrita, em vez de algo apresentado a eles de maneira descomplicada. Assim, o principal objetivo de um paradoxo é dar prazer.
Na poesia, o uso do paradoxo não se limita à mera inteligência e prazer; ao contrário, torna-se parte integrante da dicção poética. Os poetas costumam usar o paradoxo para criar um pensamento ou imagem notável a partir das palavras.
Alguns tipos de paradoxo na poesia destinam-se a comunicar um tom de ironia a seus leitores, além de levar seus pensamentos ao assunto imediato. O paradoxo na maioria dos poemas normalmente se esforça para criar sentimentos de intriga e interesse na mente dos leitores, para fazê-los pensar mais e mais profundamente para apreciar a mensagem real do poema.
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