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A ambiguidade é um termo usado no estudo na linguística portuguesa, que significa a duplicidade de sentidos dentro de uma frase ou oração. Para melhor entendimento, a ambiguidade é uma situação recorrente do cotidiano, onde quem está lendo ou ouvindo não consegue identificar com clareza a informação, tendo em vista que esta dá margem para diferentes interpretações.
A etimologia da palavra vem do latim ambiguitas, e significa incerteza ou equívoco. A ambiguidade é enquadrada no grupo de vícios de linguagem, isto é, um desvio das normas gramaticais que ocorrem constantemente na língua falada e escrita. Embora seja amplamente usado em textos literários e de humor, deve ser evitado em contextos científicos e técnicos.
Tipos de ambiguidade
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A ambiguidade pode ser derivada de diferentes más colocações ou inadequações da língua portuguesa. O vício de linguagem ainda é amplamente utilizado pela publicidade e outros segmentos nessa área, dado que esse tipo de texto chama a atenção do interlocutor. Contudo, para este uso é importante ter grande domínio da comunicação.
Quando a ambiguidade é derivada da duplicidade e sentidos de uma mesma palavra (como banco, por exemplo, que pode significar instituição ou lugar para sentar) esta é tida como ambiguidade lexical. Já quando a ambiguidade é derivada da colocação de palavras na frase, esta recebe o nome de ambiguidade estrutural.
Os tipos mais usuais de ambiguidade são:
Pronomes possessivos:
Essa situação é decorrida da má utilização dos pronomes possessivos em orações, como:
- Carlos pediu a Jeferson que jogasse a chave de seu carro;
Nesse caso, Carlos pediu a Jeferson que jogasse a chave de qual carro? O carro de Carlos ou o carro de Jeferson? Há maneiras de evitar essa ambiguidade, como:
- Carlos pediu a Jeferson que jogasse a chave de seu próprio carro;
Outro exemplo:
- Raissa estava escrevendo com sua caneta;
Nessa oração, Raissa estava escrevendo com a própria caneta ou com a caneta do interlocutor? Essa situação pode ser evitada:
- Raissa estava escrevendo com sua própria caneta;
Má colocação das palavras na oração
Ocorre quando algumas palavras são colocadas de forma errônea na frase, de modo a gerar uma duplicidade no sentido, como:
- O homem triste foi trabalhar;
Nesta afirmação, o homem é triste ou é triste por ir trabalhar? Caso o homem seja triste a colocação das palavras na oração está correta. Já se ele estiver triste por ir trabalhar, o correto seria:
- Triste, o homem foi trabalhar;
Outro exemplo:
- A enfermeira alegre deu os remédios ao paciente;
Semelhante ao caso anterior, a enfermeira é alegre ou está alegre por dar os remédios para o paciente? Se ela é uma pessoa alegre, a colocação da palavra está correta, mas se ela estiver alegre por dar os remédios ao pacientes, a colocação certa seria:
- Alegre, a enfermeira deu os remédios ao paciente, ou;
- A enfermeira, alegre, deus os remédios ao paciente;
Utilização errônea de formas nominais
Acontece quando as formas nominais são má colocadas na frase, como:
- Válter viu Laís entrando na padaria;
Quem estava entrando na padaria? Válter ou Laís? Há formas de evitar a duplicidade de sentidos nesse caso, como
- Válter , entrando na padaria, viu Laís (caso seja Válter entrando na padaria);
- Válter viu Laís, que estava entrando na padaria (caso seja Laís entrando na padaria);
Pronome relativo e conjunção integrante
A má colocação dessas expressões causa duplicidade de sentidos na oração, como:
- João falou com o amigo que estava enjoado;
Quem estava enjoado? O amigo ou João? A situação pode ser evitada:
- Enjoado, João falou com o amigo (se João estiver enjoado);
- João falou com o amigo, o qual estava enjoado (se o amigo estiver enjoado);
A Publicidade e a Ambiguidade
A ambiguidade é usada muitas vezes pela publicidade a fim de chamar a atenção do interlocutor. Isso se deve ao poder que tais expressões têm de estimular a imaginação de quem está lendo ou ouvindo. Há exemplos que podem ser dados:
Em uma placa de publicidade próxima a uma avenida onde vários pedestres atravessam diariamente, uma empresa escreve:
- Ligue antes de atravessar para o outro lado;
A frase pode ser lida de duas maneiras: O indivíduo deve ligar para a empresa e comprar seu pacote de forma mais rápido possível, antes mesmo de atravessar para o outro lado da rua, ou, o indivíduo deve ligar para a empresa antes de “atravessar para o outro lado”, ou seja, antes de morrer.
Outro exemplo pode ser descrito: Uma marca de camisinhas coloca como slogan de uma campanha publicitária:
- Sexo sem proteção? Passe uma borracha nisso;
A oração pode ser entendida de duas formas: O interlocutor deve passar uma borracha, ou seja, apagar o sexo sem proteção de sua vida. Outra interpretação é: o indivíduo deve passar uma borracha “nisso”, ou seja, deve fazer o uso da camisinha (que é feita de borracha).
Diferença entre Ambiguidade e Polissemia
Muitas pessoas confundem o conceito de ambiguidade e polissemia, mas eles são muito diferentes entre si. A ambiguidade é um termo designado para um vício de linguagem responsável por emitir dois ou mais significados a partir de uma frase/oração. Já a polissemia é uma classificação para palavras, onde estas possuem mais de um significado se colocadas em diferentes contextos.
Exemplos de polissemia:
- Eu gosto de comer com uma colher;
- Amanhã irei colher as plantas da minha horta;
- A letra daquela música é muito bonita;
- Maria começa com a letra M;
Enquanto ambiguidade é um vício de linguagem, a polissemia é uma característica de algumas palavras. Contudo, a polissemia em algumas palavras pode gerar ambiguidade (ambiguidade lexical) em algumas orações, como:
- Eu sentei no banco;
A polissemia da palavra “banco” gera dúvida. O indivíduo sentou no banco instituição ou no banco como lugar de sentar (banco de praça, por exemplo).