• Registro de Marcas e Patentes.

Efeito Estufa: O que é, como acontece e suas influências no Aquecimento Global


A manutenção da temperatura na Terra é de vital importância para toda a vida existente. Tal temperatura, que tem sua média em 14 graus Celsius levando em conta toda a superfície do planeta, é proveniente unicamente do calor transmitido pelos raios solares que chegam à Terra.

Entretanto, devido ao movimento de rotação do nosso planeta – giro que o astro faz ao redor de si mesmo em sentido anti-horário, do oeste para o leste – os raios solares alcançam a superfície terrestre em, aproximadamente, apenas 12 horas por dia. Diante disso, nos momentos em que não há incidência solar (noite), como a temperatura consegue se manter?

A resposta para essa pergunta é simples: com o Efeito Estufa. Muitas vezes tido como um vilão pela associação deste com o Aquecimento Global, o Efeito Estufa é um dos responsáveis por possibilitar a manutenção da vida no planeta.

O Efeito Estufa

efeito estufa - como funciona
efeito estufa – como funciona

Reduzindo este fenômeno natural ao seu significado mais simples, o efeito estufa é um processo de conservação do calor recebido pelos raios solares na Terra. Uma das características mais comuns entre os seres vivos é que estes necessitam de uma temperatura amena para sobreviver, não suportando exposições a altas ou baixas temperaturas. Diante disso, é possível concluir que sem o Efeito Estufa teria sido impossível o surgimento, e seria inviável a manutenção da vida no planeta.

Chamado também de efeito de estufa, o processo recebe esse nome por ter características parecidas a ambientes usados, em países frios, para cultivar plantas. É construído de vidros ou plásticos transparentes, onde os raios conseguem entrar facilmente e atingir as plantas, mas tem dificuldade na hora de sair do ambiente, mantendo assim a temperatura e protegendo as plantas contra situações de extremo frio.

Como acontece o Efeito Estufa

A partir da irradiação de raios solares por todo o Sistema Solar, chega ao planeta Terra uma imensa quantidade de radiação – em vários comprimentos de onda, que inclui a luz visível e outros raios não visíveis sem ajuda de instrumentos (como o ultravioleta). Parte dessa radiação (cerca de 25 por cento) é imediatamente refletida de volta para o espaço. Outra parte é absorvida pela atmosfera terrestre (também 25 por cento). Os raios que não são refletidos nem absorvidos pela atmosfera chegam à superfície e são absorvidas pela água e terra (uma pequena parcela, cerca de cinco por cento, é refletida).

A parte que consegue chegar à superfície e é absorvida por esta é, então, convertida em calor e tende a subir para as camadas mais acima. A tendência natural do calor seria subir e, ao chegar no espaço, perder energia. Entretanto, uma barreira feita de gases (chamada de Gases do Efeito Estuda) impede a saída do calor. Os gases que participam desse processo são muitos, e alguns exemplos são: Vapor d’água, dióxido de carbono, metano, clorofluocarbonetos, óxido nitroso, dentre outros. Estes conseguem reter as porções de radiação pelas suas propriedades de “devorarem” tais formas de calor e devolverem à superfície (o que acaba por se tornar um ciclo).

Efeito Estufa e influência no Aquecimento Global

         Embora seja um processo natural e de vital importância para a manutenção da vida na Terra, o efeito estufa tem sido tema de inúmeros debates e discussões entre cientistas e estudiosos. Esses debates e discussões ocorrem devido ao chamado agravamento do efeito estufa, que pode ocasionar um aumente significativo na temperatura global.

O agravamento do efeito estufa não é um processo natural do planeta e ocorre unicamente por influências humanas no sistema. A queima de combustíveis fósseis (tais como o petróleo e derivados), do carvão mineral e do gás natural como fonte de energia para indústrias e automóveis é um dos motivos para tal agravamento. Isso se deve ao fato dessas atividades emitirem, na atmosfera, significativas quantidades de dióxido de carbono (um dos gases do efeito estufa). Outra atividade que interfere na situação de agravamento são os desmatamentos, que, além de diminuir a quantidade de plantas no planeta, quando feitos por queimadas, também liberam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. Além disso, os enormes rebanhos animais, em estudos recentes, também são vistos como agravantes do efeito estufa, pois propiciam uma significativa emissão do metano.

Outras atividades que também contribuem para o agravamento do processo, com menos importância, é o uso de fertilizantes (pela elevação que este causa nos níveis de óxido nitroso, um gás do efeito estufa), o desperdício de alimentos (que em sua decomposição acabam por liberar gás metano) e o uso de gases CFCs em desodorantes sprays.

A maior causa do aumento de gases estufa na atmosfera é devido à atividade de indústrias. Antes da Revolução Industrial – movimento datado do século XIX – os níveis de gás carbônico permaneciam estáveis em um espectro de 170 a 300 partes por milhão (PPM). Após esse movimento, os níveis aumentaram significativamente, chegando a bater 400 PPM em 2013.

A maior emissão de gases do efeito estufa na atmosfera gera uma maior retenção de calor feito por esta, resultando em um aumento na temperatura média global. Esse aumento pode gerar inúmeros efeitos negativos no planeta Terra, como:

  • Diminuição da biodiversidade: A maioria das espécies existentes no planeta necessita de uma temperatura minimamente estável para sobreviver. Cada organismo tem uma resistência a adaptações diferentes e enquanto uns conseguem sobreviver com temperaturas médias maiores, esse aumento pode ser crucial na extinção de algumas espécies. Diante disso, um agravamento do efeito estufa e consequente aquecimento global pode diminuir significativamente a biodiversidade existente.
  • Degelo: Uma maior temperatura média global pode gerar um derretimento das calotas polares existentes em maior escala nos polos. Tal derretimento acarreta inúmeros malefícios à natureza, como a alteração da temperatura dos oceanos, que pode impossibilitar a existência de várias espécies marinhas, e a elevação do nível destes, o que obrigaria que diversas populações de cidades litorâneas migrassem para outros lugares. Uma pesquisa divulgada pela ONU estimou que mais de 200 milhões de pessoas sejam atingidas pela alteração dos níveis dos oceanos.
  • Intensificação de desastres naturais: O aumento da temperatura média global pode desequilibrar o sistema do planeta em níveis tão extremos que os desastres naturais, como tempestades severas, furacões, secas prolongadas, dentre outros, acontecerão em uma frequência bem maior. Além disso, essa mudança pode alterar a intensidade e frequência de chuvas, o que teria direta influência na agricultura e agropecuária.

Um dos grandes nomes que estudam a área, o Professor Paul Crutzen (o qual recebeu prêmio Nobel de química em 1995), considera as mudanças climáticas dos últimos tempo tão radicais que chegou a denominar a era em que vivemos de “Antropoceno”. Em sua opinião, vivemos em um era geológica de transformações radicais ocasionadas pela interferência humana.

A título de exemplo, estudos sugerem que, em 10 mil anos, a temperatura média global subiu 5 graus Celsius (desde o fim da Era Glacial até a Revolução Industrial). Desde a Revolução Industrial até os tempos atuais, tempo de aproximadamente 200 anos, a temperatura média global subiu os mesmos 5 graus Celsius.

Apesar dos fatos, há estudiosos da área que defendem que as alterações climáticas dos últimos séculos são fruto de um processo natural de mudança do comportamento do planeta. Estes usam como exemplo Eras antigas que, sem influência externa, acabaram bruscamente, como a Era Glacial ou em seu início, quando a Terra era equivalente a uma imensa bola de fogo.