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Dom Casmurro História


Dom casmurro

Joaquim Maria Machado de Assis. Esse é o nome completo de um dos maiores nomes da literatura brasileira. Nascido no ano de 1839 e falecido em 1908, com 69 anos, Machado de Assis é uma verdadeira referência, tendo as suas obras traduzidas para mais de 65 países. Um dos maiores feitos do escritor era a sua variedade, tendo em vista que ao longo de sua vida criou textos de quase todos os gêneros literários.

Há muita discussão sobre qual é o Magnum Opus de Machado de Assis, isto é, qual a obra mais importante de sua vida. No entanto, grande parte dos críticos e do público sempre considera Dom Casmurro como parte da discussão, além de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Esses dois livros, por sua vez, junto com Quincas Borba, fizeram parte do que posteriormente ficaria chamado como A Trilogia Realista, embora essa divisão nunca tenha sido feita pelo autor.

Dom Casmurro foi uma obra publicada pela primeira vez em 1899, mas a primeira versão oficial é do ano de 1900, pela Livraria Garnier. O romance acompanha o personagem Bento Santiago, que conta a sua história em primeira pessoa, revivendo lembranças do passado e repassando-as, de forma a entender a si mesmo.

Considerado um dos livros mais importantes da história da literatura brasileira, Dom Casmurro é uma obra sobre a mente humana, sendo considerado um dos percursores do Modernismo. Fazendo uso da intertextualidade, da ironia e da ambiguidade, Machado de Assis arranca, até os dias de hoje, dúvidas sobre o que realmente acontecem em sua história, mesmo depois de mais um século de sua criação.

Atualmente, Dom Casmurro é uma obra de domínio público. Por esse motivo, é possível encontrar várias adaptações da história, onde alguns autores contam-na de forma mais reduzida ou do seu próprio ponto de vista. Traduzido para mais de 60 países diferentes, a obra pode ser considerada uma das mais importantes da literatura mundial.

História de Dom Casmurro

O enredo de Dom Casmurro é uma história contada pelo próprio protagonista, Bento de Albuquerque Santiago. Este, por sua vez, é um advogado solitário com certa idade, passando já dos 50 anos. Ao contar grandes partes de sua trajetória na Terra, Bento – chamado quase sempre de Bentinho –, visa entender a si mesmo, o que ele chama de “atar as duas pontas da vida”, contando desde a sua infância até os tempos mais atuais.

A história começa quando Bentinho explica o porquê de ter um apelido de “Dom Casmurro”. Certa vez, um jovem poeta no trem se dispusera a recitar os seus poemas para o protagonista. No entanto, totalmente desinteressado com aquela experiência, Bentinho cochila três ou quatro vezes durante o episódio, e então o moço lhe dá alcunha de Dom Casmurro.

Contado essa experiência para algumas pessoas mais próximas, como amigos e vizinhos, o apelido pega, tendo em vista que ele era uma pessoa mais recata e “na dele”. Depois de feita essa explicação, fazendo com que o leitor saiba o porquê do título do livro, o protagonista começa a contar sobre a sua infância.

Bentinho era advindo de uma família rica: vivia em um casarão na rua Matacavalos. Tinha uma vizinha chamada Capitolina, a qual era bastante próximo e tinha interesses além da amizade.

No entanto, ao ouvir uma conversa de sua mãe, Dona Glória, com um agregado que vive de favores em sua casa, José Dias, Bentinho começa a ficar preocupado com o seu futuro. Isso se dá pelo fato de que, nesse diálogo, ela dizia que teria prometido, caso tivesse um segundo filho – o primeiro faleceu o parto – enviaria para o Seminário e torná-lo-ia padre.

Dom casmurro

Bentinho conta o plano de sua mãe para Capitu e os dois tentam alguns planos para fugir do futuro, mas este se tornaria inevitável. Antes de cumprir o seu “chamado”, o protagonista se declara para a sua amada e lhe dá um beijo, como forma de promessa que os dois casariam.

O personagem principal vai para o seminário e por lá faz amizade com uma figura que se tornaria de vital importância para o romance, Ezequiel de Sousa Escobar. Os dois se tornam grandes amigos, quase que inseparáveis.

Em uma das férias do Seminário, Bentinho leva Escobar para a sua casa, onde Capitu o conhece. Nesse meio tempo, Capitolina se aproximara de Dona Glória, que passa a apoiar o namoro dela com o seu filho. No entanto, ela se vê em uma encruzilhada, pois havia prometido entregar Bentinho para a igreja.

Nesse momento Escobar tem uma ótima ideia: Dona Glória havia prometido entregar um homem para a Igreja, mas não havia dito qual. Sendo assim, envia-se um escravo para se tornar padre no lugar de Bentinho. Este, por sua vez, é encaminhado para estudar direito na cidade de São Paulo, no Largo de São Francisco.

Bentinho se forma e então ocorre o tão esperado casamento entre o protagonista e Capitu. Escobar, por sua vez, casa-se com Sancha e também vive uma vida feliz. Contudo, os dois casais passam a enfrentar uma grande luta para ter os seus primeiros filhos.

Os primeiros felizardos foram Escobar e Sancha. Como agradecimento a todo o companheirismo do casal amigo, batizam a sua primogênita de Capitolina. Alguns anos depois, Capitu e Bentinho conseguem engravidar e, para agradecer a homenagem, batizam o seu filho com o nome de Ezequiel.

No entanto, com o passar do tempo Bentinho começa a desconfiar de uma traição entre Capitu e Escobar. O estopim dessa desconfiança acontece no funeral de Escobar (que havia falecido de forma irônica: afogado, apesar de ser um exímio nadador), onde o protagonista diz que o olhar de Capitu para o caixão era o mesmo de Sancha, esposa do falecido.

Além disso, Bentinho começa a ver Escobar na figura de seu filho Ezequiel, começando a desconfiar que este seja, na verdade, filho do seu falecido amigo, devido à semelhança física. Entre várias brigas do casal, eles se separam, o que é encoberto por uma viagem à Europa, onde o protagonista volta para o Brasil e Capitu fica no exterior, onde morre alguns anos depois.

Nesse momento, Bento de Albuquerque Santiago começa a se tornar o amargo Dom Casmurro. Seu filho Ezequiel tenta algumas vezes reatar com o pai, o qual não consegue sequer olhar para o menino. Este, por sua vez, tem um fim trágico: falece de uma doença durante um trabalho em Jerusalém.

No fim, o livro, que era uma tentativa de Bentinho de recuperar o sentido em sua vida, torna-se algo amargo, em que ele remói todas as lembranças trágicas de sua trajetória. Convencido de que a escrita foi uma má ideia, o protagonista diz que o melhor a se fazer é escrever uma história sobre os subúrbios.