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Coesão e Coerência – Redação para Enem e Concursos Públicos


Como ter coesão e coerência dentro de uma redação e garantir a maior nota dentro dessa competência em uma prova muitas vezes com uma concorrência gigantesca e colocar isso como um diferencial dentro dessa prova.

Esse post vai falar a respeito da diferença entre coesão e coerência e
como esses conceitos são cobrados na hora em que seu texto é corrigido. O
foco do nosso post é a correção modelo ENEM.
Começaremos com os conceitos de coesão de coerência.

Conceito de coesão
A coesão é, por assim dizer, a “costura” do texto. Vamos enumerar aqui
alguns elementos que caracterizam um texto coeso:
 Não se vê a mesma palavra repetida várias e várias vezes dentro do
mesmo parágrafo.
 Percebe-se a existência de variados conectivos e não só de “mas” e “e”.
 Os conectivos são usados da forma correta, ou seja, não estão ali
apenas para “fazer número”; existe uma relação de sentido entre as
frases que eles conectam. Exploraremos esse assunto mais adiante com
detalhes.
 Os conectivos permitem que seja estabelecida uma relação não apenas
entre uma frase e outra, mas também entre um parágrafo e outro.
 As referências são realizadas corretamente.

Como posso tornar meu texto coeso?
Considerando os tópicos que mencionamos acima, vamos te dar
algumas dicas de como alcançar um texto coeso.

Não se vê a mesma palavra repetida várias e várias vezes dentro do mesmo
parágrafo.
Para isso, a melhor solução é ampliar o seu vocabulário. Assim você
poderá fazer uso de palavras sinônimas com cada vez mais frequência.
Daremos a você duas dicas para conseguir isso:
1) Leia. Quanto mais você ler, mais vai adquirir repertório para quando tiver
que produzir textos.

2) Escreva textos. A escrita é uma arte. Quanto mais você a exercitar, mais
vai se aprimorar. Faça sempre um rascunho quando estiver escrevendo.
Quando finalizá-lo, releia o seu texto e marque as palavras repetidas.
Use o dicionário ou um site de sinônimos para pesquisar palavras que
possam substituir aquelas que você grifou.
Cada vez que você fizer isso, gerará uma ampliação de repertório. As
palavras pesquisadas não serão sempre as mesmas e você estará
sempre em um ciclo de aprendizado de vocabulário.

Percebe-se a existência de variados conectivos e não só “mas” e “e”.
Não há problema algum em fazer uso de “mas” e “e” no texto. O
problema é só fazer uso desses conetivos. Isso passa ao examinador do seu
texto a impressão de pobreza, de pouco conhecimento dos elementos
coesivos.
Para melhorar isso, procure se apropriar de outros conectivos e dos
seus respectivos valores semânticos. Quando falamos sobre “valor semântico”,
estamos nos referindo ao sentido que um determinado conectivo carrega e que
transmite ao texto.
Por exemplo, em “Faltei porque estava doente”, o conectivo “porque”
liga duas orações. Como ele tem valor semântico de “causa” ou “explicação”,
compreende-se que quem escreveu a frase está dando uma justificativa para a
sua ausência a determinado compromisso.
O que se deve fazer então para melhorar o domínio deste assunto?
Procure conhecer outros conectivos que indiquem causa ou explicação além do
“porque”. Assim você poderá se apropriar de diferentes modos de transmitir o
mesmo valor semântico. Por exemplo:

Faltei, pois estava doente.
Faltei, visto que estava doente.
Faltei, já que estava doente.
Como estava doente faltei.

Procure também conhecer outros valores semânticos e seus respectivos
conectivos. Há muitos: conclusão, comparação, concessão, condição, entre
outros. Pesquise mais a respeito.

Os conectivos são usados da forma correta, ou seja, não estão ali apenas para
“fazer número”; existe uma relação de sentido entre as frases que eles
conectam.
Quanto melhor você conhecer os conectivos, menor será a chance de
fazer uso equivocado deles. Observe as duas frases abaixo e responda qual
delas você acha que está correta.
Ela é excelente aluna, contudo tirará dez na prova.
Ela é excelente aluna, contudo não foi bem na prova.
A palavra contudo é um conectivo. Ela faz a ligação entre duas orações
e estabelece entre elas um valor semântico. Você sabe que valor semântico
essa palavra traz?

Contudo é da mesma família que “mas”, “porém”, “todavia”, “no
entanto” e “entretanto”. O valor semântico que ele carrega é de oposição. Por
isso, somente a frase dois (Ela é excelente aluna, contudo não foi bem na
prova.) está correta.
Na frase “Ela é excelente aluna, contudo tirará dez na prova.”, temos
um caso de uso inadequado do conectivo. Possivelmente, quem a escreveu
quis atribuir um valor semântico de conclusão. Para isso, precisaria usar outras
palavras, como “logo” e “portanto”.
Aqui, vale a mesma dica que já demos. Só quando você conhecer
melhor os conectivos e seus valores semânticos é que poderá fazer bom uso
deles. Na internet há muitos exercícios para que você possa treinar esse
assunto. Faça-os. Exercitar vai ajudar bastante na compreensão e
memorização das informações.

Os conectivos permitem que seja estabelecida uma relação não apenas entre
uma frase e outra, mas também entre um parágrafo e outro.
Até agora falamos somente do modo como os conectivos estabelecem
relações entre frases, em geral, dentro de um parágrafo. Mas essas relações
podem também ser estabelecidas entre um parágrafo e outro.
Por exemplo, quando se emprega um “além disso” no início do parágrafo
está sendo feita uma conexão com o parágrafo anterior. E essa ligação é muito
importante, pois é ela que confere unidade ao texto, mostrando que os
parágrafos não estão isolados e sim relacionados uns aos outros.

As referências são realizadas corretamente.
Entende-se como referências, as retomadas que se fazem de um
mesmo termo ao longo do texto. Por exemplo, suponhamos que você escreva
um texto falando a respeito de “João”.
Para evitar a repetição de “João”, é natural que você use outros
instrumentos além de palavras sinônimas. É possível fazer uso de pronomes
de diversos tipos (Ele, lhe, o, o qual, etc.).
Muitas vezes, ao retomar uma palavra, acabamos não usando o
mecanismo certo para lhe fazer referência. Isso causa um truncamento da ideia
e é considerado um problema.
Nossa sugestão é que você revise seus conhecimentos sobre pronomes,
especialmente os oblíquos e os relativos. São esses os tipos que mais geram
problemas de truncamentos em textos.

Seguindo essas dicas, você terá um texto mais coeso. Isso certamente
vai colaborar para que ele seja mais coerente.

Conceito de coerência
A coerência não está ligada a um ou a outro ponto específico do texto.
Ela pode ser vista ao olharmos a redação como um todo. Trata-se de uma
lógica interna em que a mensagem que se quer passar pode ser facilmente
compreendida por quem leu o que produzimos.
Quando o texto apresenta problemas de coesão, a coerência é afetada.
O mesmo ocorre quando existem incoerências no âmbito das ideias. Um
exemplo disso é quando você inicia a argumentação defendendo um ponto de
vista e durante o texto muda de ideia, passando a defender outro.

Redação do ENEM: revisando o processo de avaliação
Na redação do ENEM, são cinco as competências avaliadas e cada
uma delas vale duzentos pontos: modalidade escrita, compreensão do tema e
do tipo de texto, argumentação, coesão e proposta de intervenção. Esses cinco
critérios totalizam os mil pontos tão almejados por muitos.

Há, para cada competência, cinco níveis. Cada um deles avança
quarenta pontos. Ou seja, tomando a coesão como exemplo, teremos o nível
zero, em que o candidato não somou pontos naquela competência. Em
seguida, o nível um em que ele ganha quarenta pontos. Oitenta no nível dois,
cento e vinte no três, cento e sessenta no quatro e, por fim, a nota máxima:
duzentos pontos no nível cinco.
Conhecendo esse processo, podemos passar a saber como são
avaliadas a coesão e a coerência na redação do ENEM.

Como a coesão é avaliada no ENEM?
No ENEM, o conhecimento dos elementos coesivos é avaliado em
níveis que variam de zero a cinco. É preciso que você compreenda que um
texto que apresenta sérios problemas de coesão tem a mensagem que deseja
transmitir prejudicada. Dessa forma, é comum que redações assim tenham
a nota global muito baixa, pois serão mal avaliados nas demais competências
também.
Não é comum a atribuição dos níveis zero e um para estudantes que
tenham concluído o ensino médio. Pode ser que o uso dos conectivos seja
pouco variado, ocorrendo muitos “e” e “mas”. Para esses casos geralmente é
atribuído o nível dois. Se aparecerem outros conectivos além desses, ainda
que não sejam muitos, atribui-se o nível três.
Nesse universo, também se avaliam as repetições de palavras. Textos
com muitas repetições em geral recebem nível dois. As referências também
são avaliadas e checadas para se verificar se estão corretas.
Níveis quatro e cinco só são atribuídos a candidatos que mostram
domínio dos elementos coesivos (não repetem muitas palavras, apresentam
repertório variado de conectivos e sabem usá-los com seus corretos valores
semânticos).

Como a coerência é avaliada no ENEM?
A coerência é avaliada na competência três, que trata da argumentação.
Em um texto dissertativo-argumentativo, não basta apenas que você exponha
suas ideias. É preciso que você as defenda.

Portanto, argumentar é fundamentar a sua opinião. Para isso, é preciso
estabelecer uma linha de pensamento coerente que permita a você não apenas
ter um ponto de vista, mas também relacionar várias informações a ele, de
modo que deixe de ser uma mera opinião e passe a ser um argumento.
Um argumento é uma opinião com uma fundamentação. É nesse ponto
que se consegue verificar o quão coerente você foi: nas informações que
selecionou para conduzir a argumentação do seu texto.
Quanto à atribuição de pontos, essa competência está muito vinculada à
competência dois, que trata da adequada interpretação do tema. Desse modo,
ainda que a argumentação esteja boa, se o candidato tiver apresentado
problemas na competência dois, sua nota na três também tende a ser baixa.
Porém, se tiver havido compreensão do tema e defesa de um ponto de
vista, a nota será a partir do nível dois, podendo chegar ao cinco de acordo
com a qualidade dos argumentos apresentados.

Com este post, esperamos ter contribuído para que você possa, a partir
de agora, escrever textos mais coesos e coerentes.