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Características do Empirismo


Características do Empirismo – Para chegar à conclusão sobre um fato, fenômeno, ou mesmo para criar uma teoria acerca de um elemento, uma pessoa pode fazer uso de alguns tipos de conhecimento para tentar atingir a verdade. Basicamente, são conhecidos quatro tipos de conhecimentos:

  • Científico: a partir do método científico, a pessoa observa os fatos, testa e compreende as informações a partir das técnicas que são aceitas e consideradas pela comunidade científica;
  • Filosófico: A partir de reflexões que o indivíduo faz consigo mesmo acerca de questões subjetivas, ele cria teorias a fim de explicar um fenômeno ou acontecimento;
  • Teológico: O conhecimento teológico é cunhado a partir da fé religiosa, ou seja, o indivíduo acredita que as leis que norteiam a sua religião contém a verdade absoluta;
  • Empírico: O conhecimento empírico é aquele que pode ser cunhado por qualquer um de nós. A partir da observação e da interação com todos os elementos que estão ao redor, o indivíduo conseguiria chegar à verdade;

A partir dessa noção do que são os tipos de conhecimento, é possível ter uma visão bem mais ampla acerca do que é a corrente filosófica do Empirismo. Apesar disso, esse tipo de conceito é bastante complexo e abrangente, abrindo espaço para vários tipos de discussões que o envolvem. Por esse motivo, nesse artigo iremos falar mais sobre o Empirismo, dando ênfase aos filósofos e pensadores que defendiam essa ideia.

Filósofos Empiristas – Características do Empirismo

O Empirismo é uma corrente filosófica que busca entender de que forma se dá o conhecimento humano. Basicamente, esse conceito defende a ideia de que todas – ou grande parte – as ideias e o conhecimento do ser humano são cunhados a partir da experiência sensorial que temos com os elementos que compõe mundo a nossa volta.

A etimologia da palavra remete exatamente a essa ideia, uma vez que a palavra em latim “empiria” – da qual o termo foi derivado – significaria, em tradução livre para o nosso português atual, algo como “experiência”. A primeira definição de maneira formal para esse conceito foi feita no século XVII, pelo filósofo inglês John Locke em seu livro intitulado de “Ensaio Acerca do Entendimento Humano”.

– John Locke e a Tábula Rasa: – Características do Empirismo

características do empirismo - john locke
características do empirismo – john locke

A primeira visão que o mundo teve sobre o Empirismo foi através de uma teoria criada por John Locke, onde ele defendia a ideia que ficou conhecida como Tábula Rasa. Nessa teoria, ele comparava a mente humana com um Tábula Rasa, podendo também ser comparada com uma folha de papel totalmente em branco.

Para Locke, o conhecimento humano se dava a partir desse “quadro em branco”, onde todas as experiências sensoriais daquele indivíduo eram gravadas, e só a partir daí o pensamento e as ideias eram possíveis. No entanto, o filósofo inglês não dizia que apenas o tipo de conhecimento empírico era necessário para levar a verdade, uma vez que afirmava que o pensamento racional também tinha sua importância.

Diante disso, ele dizia que todas as experiências sensoriais eram responsáveis por levar o indivíduo ao conhecimento, e tudo que a razão teria de fazer era organizar o que havia sido gravado anteriormente. Dessa forma, assim como a grande maioria dos pensadores que defendiam essa “teoria do conhecimento” – como eram chamadas – , ele não dizia que, apesar do pensamento racional ter a sua importância, o protagonista de toda essa história eram as experiências sensoriais.

– David Hume e o Princípio da Causalidade: – Características do Empirismo

características do empirismo - david hume
características do empirismo – david hume

Já no século XVII, mais especificamente na década de 1750, David Hume, um pensador escocês, lançaria outros ensaios que tinham o objetivo de explicar a forma como se dá o conhecimento humano. Para isso, ele falaria de uma teoria por ele desenvolvida, chamada de Princípio da Causalidade.

Basicamente, esse princípio tem o intuito de dizer que nada acontece por acaso, mas sim a partir de uma sequência contínua de sucessivos acontecimentos que favoreceram e propiciaram aquela situação em específico de acontecer. Dessa forma, nada surgia do nada, e absolutamente tudo poderia ser analisado.

Essa ideia cunhada pelo filósofo escocês é uma das que mais influencia até os dias atuais a comunidade científica. Isso pode ser observado a medida que todas as teorias e hipóteses que são criadas por pensadores, para serem aceitas como verdadeira na comunidade científica mundial, devem passar por uma série de experimentos que, a partir das experiências sensoriais do observador, comprovem os pontos propostos pela hipótese inicial.

A partir dessa metodologia bastante rigorosa quanto ao conceito de verdade, os pensadores que partilhavam – e ainda partilham – de teorias que defendem o Empirismo descartam qualquer tipo de afirmação metafísica, justamente pelo fato de que estas não podem ser testadas e inegavelmente observadas pelo ser humano.

Diferença entre Empirismo e Racionalismo – Características do Empirismo

Para entender ainda melhor como se dá a ideia do empirismo, podemos falar acerca da corrente filosófica diretamente oposta a esse tipo de conhecimento. O Racionalismo, teoria do conhecimento muito defendida por filósofos famosos, como Descarte – considerado o pai desse movimento e o pai da modernidade –, prega que a maior fonte do conhecimento humano é a partir da razão pura.

Alguns defensores mais radicais dessa corrente, como Leibniz, chegariam a dizer que as experiências sensórias, na verdade, poderiam atrapalhar o indivíduo de chegar em um resultado que fosse a verdade absoluta, uma vez que essa só pode ser obtida a partir da razão.

Esse tipo de corrente filosófica acerca da mente humana causou uma reação muito grande do público da época. Isso se deu a partir do fato de que, se não podemos confiar no Empirismo, como saber que realmente existimos, uma vez que o nosso “ser” é comprovado a partir dos nossos sentidos?

Para resolver isso, Descartes defende a ideia de que o próprio pensamento comprova a existência humana, e que até uma dúvida sobre existir ou não existir era um pensamento. Dessa teoria, surge a mais famosa frase falada por Descartes: “Penso, logo existo”.