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Neoplatonismo – Características e Principais Filósofos


Neoplatonismo – Características e Principais Filósofos | O Neoplatonismo era uma corrente filosófica, também metafísica e epistemológica e recebe esse nome por ser fundamentado na teoria platônica, que teve seu desenvolvimento no período da crise do Império Romano, nos séculos III e IV, que abrangeu tanto questões filosóficas quanto questões religiosas.

Essa corrente filosófica ponderou teologicamente e caracterizou “Deus” enquanto plenitude e estabeleceu um monismo idealista que teve influencia tanto em religiões monoteístas quanto em religiões pagãs, em especial sobre o Cristianismo.

Entretanto, o nome neoplatonismo só recebeu o prefixo “neo” nos dias atuais, para diferenciar as duas correntes, o dualismo apresentado em Platão do monismo neoplatônico. Apesar de possíveis aparências, as duas correntes filosóficas são bem diferentes uma da outra.

Principais filósofos do neoplatonismo

neoplatonismo - platao
neoplatonismo – platao

Os filósofos que argumentaram inicialmente sobre o neoplatonismo foram Plutarco (45d.C.-120d.C.), Maximus (100d.C.-160d.C) e Enesidemo (150-70a.C), porém foi Plotino (204d.C.-270d.C.) quem fez uma síntese do pensamento desses filósofos, em sua obra chamada Enéadas. Nessa obra Plotino fez uma divisão do mundo entre aquilo que é invisível e aquilo que é fenomenal, onde a primeira parte conteria a concepção do “Uno”, que teria a responsabilidade de emanar a dita essência eterna e perfeita, o “Nous”, para então produzir a alma do mundo.

Outros neoplatônicos na antiguidade são Porfírio, Proclo, Hipatia de Alexandria, Jâmblico, e até Agostinho de Hipona, antes de se render ao Catolicismo, religião em que, um tempo depois, foi consagrado como Santo Agostinho.

O filósofo Plotino se formou na cidade de Alexandria que, na época, era o local onde ocorria uma convergência do pensamento oriental e do mundo grego, e depois foi transferido para Roma. Posteriormente o trabalho feito por Plotino foi convertido em uma obra chamada de As Seis Enéadas, por seu discípulo Porfírio.

Características do neoplatonismo

Tomando como ponto de partida a divisão feita por Plotino, entre aquilo que é invisível e aquilo que é fenomenal, levando em conta a relação do “Uno”, que emana a essência eterna, e o “Nous”, que produz a alma do mundo começa a se pensar sobre essa corrente filosófica.

Seguindo essa linha de pensamento do monismo, em que existe apenas um “Deus”, tudo emana dessa mesma origem, do qual nunca se conhece absolutamente, mas que nela pode se aproximar ou afastar desses aspectos matérias da existência, onde reinam os vícios.

Deste ser Uno, irradia toda a energia e a criação de onde todas as formas de vida naturais são seu reflexo. Porém estes seres a imagem da criação, que não são perfeitos, são classificados e hierarquizados levando como critério a distância que tomam da origem, mas ainda assim esses seres têm em seu cerne a mesma essência do Uno.

Esta teologia posiciona “Deus”, seguindo tal perspectiva, como um ser inexprimível, impossível de ser definido sendo, dessa maneira, possível apenas tentar definir esse “Uno” por aquilo que ele não é, ou seja, a teologia negativa. Porém esta concepção não crê que o mal exista, pois ele seria apenas a falta do bem.

Diferente do que era ensinado aos cristãos da época, o neoplatonismo não defendia a necessidade de ultrapassar as barreiras da morte, ou passar por todas as fases de uma vida na espiritualidade para se conseguir alcançar uma alma feliz completamente perfeita. Segundo o pensamento neoplatonista tais virtudes poderiam ser alcançadas com a prática constante da meditação filosófica.

O filósofo Platino tinha completa certeza de que o estágio material estava inserido nas trevas, mas mesmo assim ele acreditava que as formas naturais podiam refletir uma pequena quantidade da luz do Uno. Dessa forma, ao lado de Deus ficam colocadas todas as ideias eternas, todas as formas primitivas de todo os seres criados. Assim, a alma do homem seria um dos raios que emana de Deus.

Portanto, tudo que existe é envolto pela fonte divina original. Nos lugares mais longínquos do Criador ficam localizadas a água, as pedras e a terra. Enquanto que, no interior da alma humana está o centro que se encontra mais próximo de Deus. Apenas neste lugar o homem pode se reconectar ao divino e até mesmo voltar a fazer parte dele.

O monismo e o dualismo

O monismo presente no neoplatonismo tem um forte contraste com o dualismo de Platão, que diferencia entre o universo das ideia e o universo dos sentidos. A junção perfeita da alma humana com Deus, que pode ser vivida por diferentes pessoas e momentos específicos da existência, origina o que pode ser chamado de experiência mística, algo vivenciado também por Plotino. Esta dita vivência volta a afirmar que toda a existência está em Deus, que tudo é Deus, a plenitude.

Os três estágios do neoplatonismo

A corrente filosófica do neoplatonismo tem três hierarquias ou estágios. O primeiro estágio fala da emanação do Uno, que tem sua representação no intelecto, chamado de Nous ou Logos, que seria a maior manifestação de Deus, que seria tudo e todas as coisas e ao mesmo tempo nenhuma, sendo a origem incondicional de tudo. Desse modo, o Logos seria a manifestação inicial de Deus.

No segundo estágio ou nível de hierarquia está a “Alma do Mundo”, que seria, por sua vez, uma espécie de mediação entre o mundo sensível e a inteligência, que seria nada mais que uma representação da verdade obscurecida.

No final, em um estágio inicial, estaria o dito mundo material, que é aquele mais distante da luz da origem e, por esse motivo, está rodeado pelos desejos carnais e pelo peso da matéria. Apesar de sua constituição, este é o estágio de onde se parte para ser elevado ao “Princípio Original”.

O neoplatonismo e as religiões

Apesar da corrente filosófica do neoplatonismo ser considerada um dos pilares do paganismo, diversos outros cristãos foram motivados por ela, algo que deixou significativas marcas na teologia cristã. Exatamente no Cristianismo que o Uno é visto como sinônimo de Deus.

Já na era medieval, o pensamento neoplatônico se desenvolveu dentro da mentalidade dos judeus que eram adeptos da Cabala, eles moldaram esta doutrina seguindo suas indicações para o monoteísmo. Nesta mesma época, as ideias do neoplatonismo foram infiltradas entre os filósofos sufis e islâmicos. A corrente filosófica do neoplatonismo foi recebida no Oriente e, depois, voltou a ser utilizada no Ocidente por Plethon e novamente usado no Renascimento.